Porteiro: D. Rosa, precisa de ajuda?
Rosa demorou um tempo para raciocinar e dar uma resposta ao
homem que parecia preocupado com o estado dela.
Depois de algum tempo ela falou fracamente...
Rosa: Preciso de um táxi.
Porteiro: Espere aqui, vou providenciar um... Falou ligando
para o serviço de táxi.
Nesse momento Dadi que chegava de uma visita que tinha feito a
um de seus irmãos...
Dadi: D. Rosa?
Rosa limpou as lágrimas e disse...
Rosa: O Dadi.
Dadi: O que está fazendo aqui com essa mala?
Rosa: Estou indo embora...
Falou com tanta dor que mal conseguia pronunciar as palavras.
Dadi: Meu Deus!! Colocou as mãos na boca e disse... Por favor,
D. Rosa pense bem, o que quer que ele tenha falado, certamente foi por estar
nervoso, volte comigo agora.
Rosa: Não...
Dadi: Vocês dois se amam, por que tem que ser assim? Perguntou
inconformada.
Rosa: Você está enganada Dadi, eu o amo ele nunca sentiu amor
por mim, fantasiei demais achando que meu amor seria o suficiente, mas não
foi... Constatou ela com tristeza.
No apartamento de Claude... Ele ainda estava ali parado
olhando para a porta de onde Rosa havia ido embora, não queria aceitar aquela
atitude dela e disse...
Claude: Maldito dia que eu conheci você, Rosa... Disse isso e
voltou para o quarto quando abriu a porta viu a cama e se lembrou dos momentos
com Rosa, as imagens eram tão claras e perfeitas que parecia que ele tinha
voltado no tempo.
Lembrança...
A primeira vez que fez amor com ela veio em sua
mente, ele tinha deixado uma champanhe para que eles tomassem, já estava no balde com gelo, ele abriu a
garrafa e encheu duas taças com o líquido, deixou o quarto só iluminado pela
luminária e foi em direção a Rosa que estava sentada na cama...
Claude: O que foi cherry? Eu sei que deveria ter iluminado o
quarto com velas, mas eu não tinha certeza que você aceitaria o meu convite
hoje, já que venho te convidando a algum tempo... Diz Claude entregando uma
taça a Rosa.
Rosa: Não tem importância tá perfeito assim... Falou um pouco
tímida.
Claude: Eu proponho um brinde...
Rosa: E seria um brinde a que?
Claude: Ao destino que me levou aquele dia ao escritório do
Coutin, senon eu non teria conhecido você... Falou isso e encostou os lábios
nos dela lhe dando um beijo suave.
Rosa: Você estava bravo aquele dia... Falou ela tão baixo que
ele mal ouviu.
Claude: Mas você me desarmou com o seu sorriso... Sussurrou
ele.
Rosa: Eu proponho outro brinde...
Claude: A que?
Rosa: A você que é um homem maravilhoso, o melhor que eu já
conheci...
Rosa levanta a taça e eles brindam tomam um gole se olhando,
Claude não aguenta tira a taça da mão dela e coloca sobre o criado mudo onde
coloca a sua também e começa a beijá-la, ele vai deitando sobre ela até que o
corpo de Rosa encosta no colchão ele a beija com paixão dando vazão a toda a
sensualidade que unia os dois, Claude percebe que Rosa está um pouco tensa e
diz...
Claude: O que foi cherry, você tá tensa, mudou de ideia?
Rosa: Não eu nunca tive tanta certeza de uma coisa na minha
vida, é que você vai ser o primeiro... Ela diz um pouco tímida... Eu sou
virgem.
Claude fica um tempo pensando nas palavras de Rosa, ele mal
podia conter a emoção de ser o primeiro homem de Rosa, de ser quem a iniciaria
num universo onde dois corpos apaixonados falam por si só, ele é arrancado de
seus devaneios pela voz de Rosa...
Rosa: Tô achando que agora quem mudou de ideia foi você...
Falou preocupada.
Claude: Eu nunca mudaria de ideia, nunca quis tanto uma coisa
como quero você.
Rosa sente seu coração transbordar de amor, um amor que sentiu
por ele no momento que o viu...
Rosa: Então por que você parou?
Claude: Você tem certeza que é issi mesmo que você quer, se
você achar que deve esperar algum tempo eu vou entender...
Ele não acaba de falar porque Rosa o agarra pelo pescoço e
cola sua boca na dele beijando-o com ardor...
Rosa: Eu sei que você é o homem certo pra mim, eu quero ser
sua agora...
Claude ouve aquelas palavras e seu corpo reage na hora, ele a
profunda o beijo e começa a desabotoar o vestido dela sem parar de beijá-la,
quando finalmente ele se livra do vestido dela deixando-a apenas de lingerie
ele diz...
Claude: Eu prometo que vou fazer sua primeira vez
inesquecível...
Rosa: Eu sei que vai ser, pois vai ser com você
meu amor...
Ele fica louco porque não queria se lembrar de Rosa, mas
aquelas lembranças insistiam em vir a sua mente tudo naquele quarto fazia lembrar
ela, iria ser mais difícil do que ele imaginava arrancá-la de seus pensamentos.
Claude balançou a cabeça revoltado, se irritou ainda mais, foi
para o closet rápido e começou a jogar no chão todas as roupas que Rosa deixara
para trás, rasgando uma a uma liberando seu ódio por ela naquelas peças...
Claude: Mentirosa... Falava com amargura.
Claude perdeu o controle, a raiva, amargura o sentimento de
rejeição tomaram conta dele, andava pelo quarto desesperado, de um lado para o
outro, ao lado da cama tinha um porta retrato uma foto com Rosa, ela o beijando
no rosto...
Pegou aquele objeto com tanta ira que arremessou para um canto
do quarto...
O barulho chamou atenção de Dadi que subiu rápido para ver o
que era...
Dadi: Dr. Clodis o que houve?
Claude: Nada... Gritou ele.
Dadi: Estou preocupada escutei um barulho, o senhor está bem??
Claude: Já disse que não foi nada, agora vai embora... Gritou
ele ainda mais alto que chegou assustar Dadi.
Claude não conseguiu contar as lágrimas que caiam pela sua
face, foi lentamente até a foto que tinha sido jogada longe, ao pegar a foto se
cortou com um dos pedacinhos do vidro do porta retrato que tinha se
estraçalhado no chão.
Nem deu importância ao corte e segurou firme a foto dos dois
juntos que pareciam felizes naquela ocasião.
Ele rasgou aquela lembrança como se fosse um papel qualquer,
que não interessasse a ninguém, partiu em muitos pedaços...
Enquanto isso...
Rosa estava desorientada quando bateu na porta do apartamento
de Janete, que vem abrir a porta sem ter ideia de que era sua amiga, ela se
surpreende com Rosa que chorava compulsivamente...
Janete: Rosa!!!
Rosa não conseguiu falar uma palavra, ela se lançou nos braços
da amiga, o que mais precisava nesse momento era de carinho e sabia que Janete
estaria de braços abertos para acolhe-la.
Janete: Entra amiga, senta aqui vou fazer um chá pra você se
acalmar ai você me conta o que aconteceu se você quiser é claro...
Rosa assentiu com a cabeça, Janete pegou a mala das mãos de
Rosa e a levou para o quarto de hospedes e foi direto para a cozinha fazer o
chá, quando ela passou pela sala viu que Rosa ainda chorava com desespero,
Janete sabia que dessa vez a briga havia sido seria, mas resolveu dar um tempo
para que Rosa se acalmasse, quando o chá estava pronto ela retornou a sala e
estendeu uma xícara a Rosa...
Janete: Toma esse chá amiga ele vai fazer você se acalmar um
pouco...
Rosa: Acho que não vou conseguir me acalmar, Jane... Diz Rosa
chorando muito.
Janete: Me conta, o que foi que aconteceu?
Rosa começa a contar o que tinha ouvido Claude falar para
Frazão e depois a discussão entre eles, ela contava tudo e Janete ouvia tudo
não podia acreditar que Claude fosse capaz de tratá-la assim então quando Rosa
acabou de contar ainda chorando muito Janete diz...
Janete: Meu Deus eu nem to acreditando nisso.
Rosa não conseguia mais nem chorar, estava com seu coração tão
ferido que a vontade dela era deitar dormir e nunca mais acordar.
Janete: Amiga não fica assim, no começo vai ser duro, mas
depois você esquece ele e vai viver sua vida... Falou consolando a amiga...
Rosa: A sensação que eu tenho Janete é que um trator passou
por cima de mim.
Janete: Eu posso imaginar como você está sofrendo amiga, eu
sei como você ama o Claude, mas a única coisa que eu posso te dizer agora é que
vai passar.
Rosa: Eu não pude suportar ele falando aquelas coisas a meu
respeito Janete, eu senti como se ele tivesse me enfiando um punhal no coração.
Janete: Você aguentou demais, ninguém pode te acusar de não
ter tentado.
Rosa: E agora Janete o que vai ser da minha vida, eu nunca
pensei que fosse me separar do Claude eu não sei o que fazer...
Janete: Aos poucos tudo se ajeita você fica comigo até decidir
o que vai fazer, assim que se sentir melhor tem que achar um emprego e também
com a faculdade, você vai ver logo sua vida vai estar no rumo certo.
Rosa: Será que minha vida vai se acertar algum dia, amiga?
Janete: Eu tenho certeza, agora você vai pensar em você e vai
ver que vale a pena viver por você, é como diz o ditado depois da tempestade
sempre vem um dia claro o sol vai brilhar pra você, pra te lembrar que viver
vale a pena.
Rosa: Espero que você esteja certa, Jane.
Dadi não sabia o que fazer ficou tão nervosa, logo lembrou de
Frazão e achou que ele pudesse ajudar seu patrão, então decidiu ligar para
ele...
Frazão: O que foi Dadi?
Dadi: Meu Deus, Dr. Frazão, eu nunca vi Dr. Clodis assim do
como ele tá... Falou nervosa.
Frazão: O que aconteceu?
Dadi: D. Rosa foi embora.
Frazão: Ai eu sabia que um dia isso ia acontecer, deixa eu tô
indo ai... Disse isso e desligou o celular rápido e foi para a casa do amigo.
Claude estava no quarto tentando limpar o sangue de sua mão,
quando ouve Frazão batendo na sua porta.
Frazão: Claude, abre aqui...
Claude: Droga!! Esbravejou ele... Essa Dadi é uma bocuda
mesmo... Falou zangado.
Frazão insistiu para que o francês abrisse a porta
Claude não queria demonstrar fraqueza, então decidiu abrir a
porta...
Dadi quando viu o sangue nas mãos do patrão se horrorizou e
disse...
Dadi: Meu Deus, o que aconteceu?
Claude: Não foi nada, já disse... Falou se afastando de Dadi
que tentava ver o ferimento.
Frazão: Deixa Dadi cuidar disso. Pode ser perigoso.
Claude: Não precisa, aliás, não sei o que vocês estão fazendo
aqui isso aqui foi só um acidente, não foi nada demais...
Frazão: Não parece, Claude. Você tá com uma cara péssima. Quer
conversar e desabafar meu amigo?
Claude: Non, estou com aparência cansada porque quero dormir e
você não me deixam, com licença.. Falou isso e fechou a porta.
Dadi e Frazão se olharam...
Frazão: Deixa Dadi, deixa-o sozinho, pensando, amanhã eu
converso com ele, vai descansar vai... Falou Frazão beijando a testa da
empregada com carinho.
Claude enfaixou sua mão de qualquer jeito e deitou na cama
para ver se conseguia dormir, mas tudo o que conseguia pensar era na imagem de
Rosa saindo de casa.
Passaram-se dois dias... Rosa ligou para Sergio...
Sergio: Foi o que aconteceu, seu marido falou que eu não
deveria te ligar nunca mais.
Rosa: Ele não era meu marido.
Sergio: Não? Desculpa eu pensei que fosse, espero não ter
causado briga.
Rosa: Eu queria conversar com você pessoalmente, podemos nos
encontrar?
Sergio: Claro, só não quero que seu namorado fique bravo com
você, Serafina!
Rosa marcou um encontro com Sergio numa lanchonete perto do
apartamento de Janete.
Quando Sergio chegou perto dela ela não aguentou e chorou, depois
de tê-la consolado ele quis saber o que estava acontecendo, Rosa contou tudo
que aconteceu com ela desde que ela conheceu Claude e agora mais do que nunca
ia precisar da ajuda do amigo.
Sergio: O que pretende fazer agora?
Rosa: Não sei.
Sergio: As freiras me ajudaram muito, arranjaram uma bolsa de
estudo pra mim, acho que podem fazer algo por você também Serafina.
Rosa: Eu vou procurá-las, posso dar aulas no orfanato, eu
adoro aquelas crianças...
Sergio: Não se preocupe tudo vai se ajeitar... Falou pegando
nas mãos da amiga e passando toda segurança a ela.
Na construtora...
Um cliente batia as pontas dos dedos impaciente na mesa a
espera do francês...
Frazão já não sabia o que falar pra justificar o atraso de
Claude, o mais interessado naquela reunião. Mas parecia não ligar em perder
aquele cliente tão exigente.
Frazão: Bem a gente pode começar sem ele, ele deve tá preso no
trânsito, o senhor bem sabe como anda essa cidade né.
Cliente: Por isso saio bem cedo, e vi que perdi meu tempo...
Falou grosseiramente.
Frazão: Desculpa, eu sei, vou tentar ligar de novo.
Frazão liga pela terceira vez... Mas nesse momento Claude
entra e diz...
Claude: Não precisa ligar, já estou aqui... Falou Claude
entrando todo desarrumado, parecia que tinha dormido com a mesma roupa seus
olhos com olheiras profundas e o cheiro de bebida estava forte... Desculpe o
atraso... Tive alguns contratempos... Falou mostrando sua mão enfaixada ainda...
CONTINUA... RSRSRS...
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