segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Capítulo 14

Rosa saiu dali tão desnorteada, que o porteiro se assustou com a expressão dela.


Porteiro: D. Rosa, precisa de ajuda?


Rosa demorou um tempo para raciocinar e dar uma resposta ao homem que parecia preocupado com o estado dela.


Depois de algum tempo ela falou fracamente...


Rosa: Preciso de um táxi.


Porteiro: Espere aqui, vou providenciar um... Falou ligando para o serviço de táxi.


Nesse momento Dadi que chegava de uma visita que tinha feito a um de seus irmãos...


Dadi: D. Rosa?


Rosa limpou as lágrimas e disse...


Rosa: O Dadi.


Dadi: O que está fazendo aqui com essa mala?


Rosa: Estou indo embora...  Falou com tanta dor que mal conseguia pronunciar as palavras.


Dadi: Meu Deus!! Colocou as mãos na boca e disse... Por favor, D. Rosa pense bem, o que quer que ele tenha falado, certamente foi por estar nervoso, volte comigo agora.


Rosa: Não...


Dadi: Vocês dois se amam, por que tem que ser assim? Perguntou inconformada.


Rosa: Você está enganada Dadi, eu o amo ele nunca sentiu amor por mim, fantasiei demais achando que meu amor seria o suficiente, mas não foi... Constatou ela com tristeza.


No apartamento de Claude... Ele ainda estava ali parado olhando para a porta de onde Rosa havia ido embora, não queria aceitar aquela atitude dela e disse...


Claude: Maldito dia que eu conheci você, Rosa... Disse isso e voltou para o quarto quando abriu a porta viu a cama e se lembrou dos momentos com Rosa, as imagens eram tão claras e perfeitas que parecia que ele tinha voltado no tempo.


Lembrança...


A primeira vez que fez amor com ela veio em sua mente, ele tinha deixado uma champanhe para que eles tomassem,  já estava no balde com gelo, ele abriu a garrafa e encheu duas taças com o líquido, deixou o quarto só iluminado pela luminária e foi em direção a Rosa que estava sentada na cama...


Claude: O que foi cherry? Eu sei que deveria ter iluminado o quarto com velas, mas eu não tinha certeza que você aceitaria o meu convite hoje, já que venho te convidando a algum tempo... Diz Claude entregando uma taça a Rosa.


Rosa: Não tem importância tá perfeito assim... Falou um pouco tímida.


Claude: Eu proponho um brinde...


Rosa: E seria um brinde a que?


Claude: Ao destino que me levou aquele dia ao escritório do Coutin, senon eu non teria conhecido você... Falou isso e encostou os lábios nos dela lhe dando um beijo suave.


Rosa: Você estava bravo aquele dia... Falou ela tão baixo que ele mal ouviu.


Claude: Mas você me desarmou com o seu sorriso... Sussurrou ele.


Rosa: Eu proponho outro brinde...


Claude: A que?


Rosa: A você que é um homem maravilhoso, o melhor que eu já conheci...


Rosa levanta a taça e eles brindam tomam um gole se olhando, Claude não aguenta tira a taça da mão dela e coloca sobre o criado mudo onde coloca a sua também e começa a beijá-la, ele vai deitando sobre ela até que o corpo de Rosa encosta no colchão ele a beija com paixão dando vazão a toda a sensualidade que unia os dois, Claude percebe que Rosa está um pouco tensa e diz...


Claude: O que foi cherry, você tá tensa, mudou de ideia?


Rosa: Não eu nunca tive tanta certeza de uma coisa na minha vida, é que você vai ser o primeiro... Ela diz um pouco tímida... Eu sou virgem.


Claude fica um tempo pensando nas palavras de Rosa, ele mal podia conter a emoção de ser o primeiro homem de Rosa, de ser quem a iniciaria num universo onde dois corpos apaixonados falam por si só, ele é arrancado de seus devaneios pela voz de Rosa...


Rosa: Tô achando que agora quem mudou de ideia foi você... Falou preocupada.


Claude: Eu nunca mudaria de ideia, nunca quis tanto uma coisa como quero você.


Rosa sente seu coração transbordar de amor, um amor que sentiu por ele no momento que o viu...


Rosa: Então por que você parou?


Claude: Você tem certeza que é issi mesmo que você quer, se você achar que deve esperar algum tempo eu vou entender...


Ele não acaba de falar porque Rosa o agarra pelo pescoço e cola sua boca na dele beijando-o com ardor...


Rosa: Eu sei que você é o homem certo pra mim, eu quero ser sua agora...


Claude ouve aquelas palavras e seu corpo reage na hora, ele a profunda o beijo e começa a desabotoar o vestido dela sem parar de beijá-la, quando finalmente ele se livra do vestido dela deixando-a apenas de lingerie ele diz...


Claude: Eu prometo que vou fazer sua primeira vez inesquecível...


Rosa: Eu sei que vai ser, pois vai ser com você meu amor...


Ele fica louco porque não queria se lembrar de Rosa, mas aquelas lembranças insistiam em vir a sua mente tudo naquele quarto fazia lembrar ela, iria ser mais difícil do que ele imaginava arrancá-la de seus pensamentos.


Claude balançou a cabeça revoltado, se irritou ainda mais, foi para o closet rápido e começou a jogar no chão todas as roupas que Rosa deixara para trás, rasgando uma a uma liberando seu ódio por ela naquelas peças...


Claude: Mentirosa... Falava com amargura.


Claude perdeu o controle, a raiva, amargura o sentimento de rejeição tomaram conta dele, andava pelo quarto desesperado, de um lado para o outro, ao lado da cama tinha um porta retrato uma foto com Rosa, ela o beijando no rosto...


Pegou aquele objeto com tanta ira que arremessou para um canto do quarto...


O barulho chamou atenção de Dadi que subiu rápido para ver o que era...


Dadi: Dr. Clodis o que houve?


Claude: Nada... Gritou ele.


Dadi: Estou preocupada escutei um barulho, o senhor está bem??


Claude: Já disse que não foi nada, agora vai embora... Gritou ele ainda mais alto que chegou assustar Dadi.


Claude não conseguiu contar as lágrimas que caiam pela sua face, foi lentamente até a foto que tinha sido jogada longe, ao pegar a foto se cortou com um dos pedacinhos do vidro do porta retrato que tinha se estraçalhado no chão.


Nem deu importância ao corte e segurou firme a foto dos dois juntos que pareciam felizes naquela ocasião.


Ele rasgou aquela lembrança como se fosse um papel qualquer, que não interessasse a ninguém, partiu em muitos pedaços...


Enquanto isso...


Rosa estava desorientada quando bateu na porta do apartamento de Janete, que vem abrir a porta sem ter ideia de que era sua amiga, ela se surpreende com Rosa que chorava compulsivamente...


Janete: Rosa!!!


Rosa não conseguiu falar uma palavra, ela se lançou nos braços da amiga, o que mais precisava nesse momento era de carinho e sabia que Janete estaria de braços abertos para acolhe-la.


Janete: Entra amiga, senta aqui vou fazer um chá pra você se acalmar ai você me conta o que aconteceu se você quiser é claro...


Rosa assentiu com a cabeça, Janete pegou a mala das mãos de Rosa e a levou para o quarto de hospedes e foi direto para a cozinha fazer o chá, quando ela passou pela sala viu que Rosa ainda chorava com desespero, Janete sabia que dessa vez a briga havia sido seria, mas resolveu dar um tempo para que Rosa se acalmasse, quando o chá estava pronto ela retornou a sala e estendeu uma xícara a Rosa...


Janete: Toma esse chá amiga ele vai fazer você se acalmar um pouco...


Rosa: Acho que não vou conseguir me acalmar, Jane... Diz Rosa chorando muito.


Janete: Me conta, o que foi que aconteceu?


Rosa começa a contar o que tinha ouvido Claude falar para Frazão e depois a discussão entre eles, ela contava tudo e Janete ouvia tudo não podia acreditar que Claude fosse capaz de tratá-la assim então quando Rosa acabou de contar ainda chorando muito Janete diz...


Janete: Meu Deus eu nem to acreditando nisso.


Rosa não conseguia mais nem chorar, estava com seu coração tão ferido que a vontade dela era deitar dormir e nunca mais acordar.


Janete: Amiga não fica assim, no começo vai ser duro, mas depois você esquece ele e vai viver sua vida... Falou consolando a amiga...


Rosa: A sensação que eu tenho Janete é que um trator passou por cima de mim.


Janete: Eu posso imaginar como você está sofrendo amiga, eu sei como você ama o Claude, mas a única coisa que eu posso te dizer agora é que vai passar.


Rosa: Eu não pude suportar ele falando aquelas coisas a meu respeito Janete, eu senti como se ele tivesse me enfiando um punhal no coração.


Janete: Você aguentou demais, ninguém pode te acusar de não ter tentado.


Rosa: E agora Janete o que vai ser da minha vida, eu nunca pensei que fosse me separar do Claude eu não sei o que fazer...


Janete: Aos poucos tudo se ajeita você fica comigo até decidir o que vai fazer, assim que se sentir melhor tem que achar um emprego e também com a faculdade, você vai ver logo sua vida vai estar no rumo certo.


Rosa: Será que minha vida vai se acertar algum dia, amiga?


Janete: Eu tenho certeza, agora você vai pensar em você e vai ver que vale a pena viver por você, é como diz o ditado depois da tempestade sempre vem um dia claro o sol vai brilhar pra você, pra te lembrar que viver vale a pena.


Rosa: Espero que você esteja certa, Jane.


Dadi não sabia o que fazer ficou tão nervosa, logo lembrou de Frazão e achou que ele pudesse ajudar seu patrão, então decidiu ligar para ele...


Frazão: O que foi Dadi?


Dadi: Meu Deus, Dr. Frazão, eu nunca vi Dr. Clodis assim do como ele tá... Falou nervosa.


Frazão: O que aconteceu?


Dadi: D. Rosa foi embora.


Frazão: Ai eu sabia que um dia isso ia acontecer, deixa eu tô indo ai... Disse isso e desligou o celular rápido e foi para a casa do amigo.


Claude estava no quarto tentando limpar o sangue de sua mão, quando ouve Frazão batendo na sua porta.


Frazão: Claude, abre aqui...


Claude: Droga!! Esbravejou ele... Essa Dadi é uma bocuda mesmo... Falou zangado.


Frazão insistiu para que o francês abrisse a porta


Claude não queria demonstrar fraqueza, então decidiu abrir a porta...


Dadi quando viu o sangue nas mãos do patrão se horrorizou e disse...


Dadi: Meu Deus, o que aconteceu?


Claude: Não foi nada, já disse... Falou se afastando de Dadi que tentava ver o ferimento.


Frazão: Deixa Dadi cuidar disso. Pode ser perigoso.


Claude: Não precisa, aliás, não sei o que vocês estão fazendo aqui isso aqui foi só um acidente, não foi nada demais...


Frazão: Não parece, Claude. Você tá com uma cara péssima. Quer conversar e desabafar meu amigo?


Claude: Non, estou com aparência cansada porque quero dormir e você não me deixam, com licença.. Falou isso e fechou a porta.


Dadi e Frazão se olharam...


Frazão: Deixa Dadi, deixa-o sozinho, pensando, amanhã eu converso com ele, vai descansar vai... Falou Frazão beijando a testa da empregada com carinho.


Claude enfaixou sua mão de qualquer jeito e deitou na cama para ver se conseguia dormir, mas tudo o que conseguia pensar era na imagem de Rosa saindo de casa.


Passaram-se dois dias... Rosa ligou para Sergio...


Sergio: Foi o que aconteceu, seu marido falou que eu não deveria te ligar nunca mais.


Rosa: Ele não era meu marido.


Sergio: Não? Desculpa eu pensei que fosse, espero não ter causado briga.


Rosa: Eu queria conversar com você pessoalmente, podemos nos encontrar?


Sergio: Claro, só não quero que seu namorado fique bravo com você, Serafina!


Rosa marcou um encontro com Sergio numa lanchonete perto do apartamento de Janete.


Quando Sergio chegou perto dela ela não aguentou e chorou, depois de tê-la consolado ele quis saber o que estava acontecendo, Rosa contou tudo que aconteceu com ela desde que ela conheceu Claude e agora mais do que nunca ia precisar da ajuda do amigo.


Sergio: O que pretende fazer agora?


Rosa: Não sei.


Sergio: As freiras me ajudaram muito, arranjaram uma bolsa de estudo pra mim, acho que podem fazer algo por você também Serafina.


Rosa: Eu vou procurá-las, posso dar aulas no orfanato, eu adoro aquelas crianças...


Sergio: Não se preocupe tudo vai se ajeitar... Falou pegando nas mãos da amiga e passando toda segurança a ela.


Na construtora...


Um cliente batia as pontas dos dedos impaciente na mesa a espera do francês...


Frazão já não sabia o que falar pra justificar o atraso de Claude, o mais interessado naquela reunião. Mas parecia não ligar em perder aquele cliente tão exigente.


Frazão: Bem a gente pode começar sem ele, ele deve tá preso no trânsito, o senhor bem sabe como anda essa cidade né.


Cliente: Por isso saio bem cedo, e vi que perdi meu tempo... Falou grosseiramente.


Frazão: Desculpa, eu sei, vou tentar ligar de novo.


Frazão liga pela terceira vez... Mas nesse momento Claude entra e diz...


Claude: Não precisa ligar, já estou aqui... Falou Claude entrando todo desarrumado, parecia que tinha dormido com a mesma roupa seus olhos com olheiras profundas e o cheiro de bebida estava forte... Desculpe o atraso... Tive alguns contratempos... Falou mostrando sua mão enfaixada ainda... CONTINUA... RSRSRS...

Nenhum comentário:

Postar um comentário