Já no quarto, Claude tira o terno e fica olhando a marca de
sorvete deixada quando ele esbarrou em Rosa...
Claude: Só comigo que acontece uma coisa dessas... Falou
jogando o terno num canto do quarto, Claude se despiu e foi para o chuveiro, na
hora do jantar ele jantou ao lado do seu pai, mas ficou em silêncio, depois do
jantar Henrique o mandou chamar...
Claude: Me chamou?
Henrique: Sim, sente-se vamos tomar um licor.
Claude: O senhor não pode beber...
Henrique: Só um licor não vai me fazer mal... Henrique serviu
Claude de uma dose de licor e sentou na cadeira a frente do filho.
Claude: Onde está sua cadeira? Parece que o senhor gosta de
ficar circulando pela casa com ela.
Henrique: Hoje eu quis andar um pouco.
Claude: Dadi falou que veio uma moça aqui?
Henrique: Dadi é uma fofoqueira.
Claude: Ela disse que o senhor ficou todo simpático pro lado
da moça.
Henrique: Ela exagera, mas eu gostei mesmo dessa moça, ela
trabalha lá na empresa, um dia eu gostaria de convidá-la pra vir aqui, pra
vocês se conhecerem.
Claude: A troco de que, o senhor quer que eu conheça uma
simples funcionária da empresa?
Henrique: Porque gostei muito dela, achei uma pessoa
agradável.
Claude: Dadi tem razon, o senhor não está bem... Falou se
levantando e indo pra porta.
Henrique: Claude, por favor, eu quero conversar com você, no
jantar você não abriu sua boca pra falar uma só palavra.
Claude: O senhor queria o que hein? Que eu ficasse falando
alegre como se nada tivesse acontecido na minha vida?
Henrique: Não foi o fim do mundo, Claude.
Claude: O senhor fala assim, porque nunca aconteceu nada
parecido com o senhor, minha mãe era uma santa!
Henrique: Eu só quero seu bem.
Claude: Jeito estranho de demonstrar que me quer bem.
Henrique: Não fale assim, eu andei pensando que você tem
trabalhado muito, devia tirar uns dias de folga.
Claude: Temos muito trabalho na empresa.
Henrique: Freitas pode cuidar de tudo, além do mais tem os
vinhedos no interior que estão na época da colheita, infelizmente o capataz da
fazenda pediu demissão e estou sem ninguém de confiança pra ver tudo como estão
sendo colhidas as uvas.
Claude: Papai, não entendo nada disso.
Henrique: Eu sei, mas confio em você sei que assim que você
ver como tudo funciona vai saber lidar com tudo e vai poder descansar na
fazenda, ar puro, sem essa agitação da cidade grande, isso vai te fazer bem e é
só por uns dias.
Claude respirou fundo e disse...
Claude: Tudo bem, no Máximo dois dias, não posso me ausentar
muito tempo da empresa.
Henrique: Tudo bem.
No dia seguinte...
Claude pegou o jatinho de seu pai e foi para o interior...
Empregada: Mas o senhor, nem avisou que viria...
Claude: E qual é o problema?
Empregada: É que mandamos dedetizar a casa da fazenda, ninguém
pode dormir lá por uns dois dias.
Claude: Mon Die! E onde vou dormir?
Empregada: Bem... Tem a casa da piscina.
Claude: Não to acreditando que isso tá acontecendo comigo...
Falou bravo.
Na construtora...
Janete: Ai parece até que foi Deus que fez com que houvesse
essa viagem do Dr. Claude para o interior, eu não consegui pregar os olhos
fazendo esse relatório e mesmo assim não consegui terminá-lo.
Silvia: Que bom assim vai dar tempo de você organizar tudo e
ficar um pouco mais com sua filhinha, porque ele não estando ai você pode sair
até mais cedo.
Janete: Verdade, eu to até me sentindo um pouco culpada, tenho
ficado muito tempo longe da Bia!
Silvia: Aproveita então, amiga!!
Na casa de Egidio ele conversava com Nara, na mesa do café da
manhã.
Egidio: Eu precisava arranjar um jeito dessa mulherzinha, sair
da empresa, dela desistir do emprego, já que não posso mandá-la embora.
Nara: Coloca-a pra fazer algo para o Claude, assim que ele der
o primeiro grito, ela desiste do emprego na hora... Falou rindo.
Egidio: Nossa! Que ideia maravilhosa que você me deu...
Nara: Papai, eu estava brincando, não arrume problemas com o
velho.
Egidio: Eu acho um absurdo eu ser obrigado a conviver com uma
sujeitinha como aquela Serafina Rosa.
Nara: Papai na atual circunstância em que nos encontramos,
absurdo é você perder o seu emprego ainda mais por uma sujeitinha como essa,
deixe pra lá essa desclassificada ela não vale o seu emprego.
Egidio: Eu não me conformo...
Nara: Papai você não está entendendo, eu estou grávida, o
Julio não vai conseguir manter a mim e ao nosso filho, você não pode perder o
seu emprego então não arrume confusão
nem com o Freitas e principalmente com
aquele velho maldito.
Egidio: Nada disso estaria acontecendo se você tivesse um
pingo de inteligência.
Nara: Não vamos começar com essa historia de novo né papai?
Egidio: Como você foi burra minha filha, se esse filho fosse
do Claude agora já estaríamos com nosso futuro garantido e você ainda podia
ficar com esse amante, mas não tinha que deixar o velho te pegar não é mesmo?
Nara: Eu me apaixonei pelo Julio papai.
Egidio: E paixão lá paga seus luxos? A única forma que paixão
enche barriga é essa aí, um filho de um empregadinho qualquer.
Nara: Meu Deus eu não aguento mais essa sua ladainha...
Egidio: Mas vai ter muito que aguentar ouviu bem?
Principalmente porque sou eu que vou continuar pagando suas contas onde já se
viu, se fosse esperta tinha feito aquele otário criar esse filho ele ainda ia
ficar feliz, porque além de corno ele é burro tava caidinho por você, mas você
não aproveita as oportunidades é isso que dá.
Nara: Eu vou pro meu quarto papai, não aguento mais isso e quando
o Julio chegar pode manda-lo ir direto pra lá e é melhor o senhor se acostumar
com a presença dele nessa casa, já que ele vem morar aqui.
Egidio: Que castigo meu Deus, além de ter uma filha burra, um
genro pobre, ainda tenho que suportar aquela criatura desastrada.
Egidio foi para a construtora e quando chegou lá, ficou
sabendo que Claude não estava em São Paulo.
Egidio: Foi pra onde?
Silvia: Foi para a fazenda, acho que descansar uns dias.
Egidio: Ah é? Então não vai querer ser incomodado, né!!
Silvia: Com certeza a pessoa que atrapalhar o descanso dele,
vai se dar mal.
Egidio teve uma brilhante ideia, mandaria Rosa para a fazenda,
atrapalhar a paz do francês. Conhecendo Claude como conhecia seria certa a
demissão dela.
Assim que ele entrou na sala vu Rosa já ajeitando tudo...
Egidio: Onde esteve ontem?
Rosa: Dr. Freitas me deu à tarde de folga, ele não lhe disse?
Decidiu não comentar sobre a sua ida a mansão de Henrique.
Egidio ficou ainda mais irritado, por Freitas dar a ela a
tarde de folga.
Egidio: Tenho uma missão para a senhorita!
Rosa sorriu e disse...
Rosa: Uma missão?
Egidio: Você sabe dirigir não sabe?
Rosa: Sei sim senhor.
Egidio: Então terá que viajar para o interior.
Rosa: Como assim? Eu não tenho carro.
Egidio: Não se preocupe, a empresa tem carro pra funcionários
usarem pra esses serviços. Pode ficar tranquila, tem GPS no carro e te levara
no lugar certo que quero que vá!
Rosa: Se for assim, eu fico tranquila.
Egidio: Vamos para o estacionamento, vou pedir as chaves do
carro pra você poder sair o quanto antes...
Já no estacionamento, Egidio fez arrumou o sincronizou o GPS
com o endereço da fazenda onde Claude estava.
Egidio: Quero que leve esses documentos para o Dr. Claude.
Rosa: Como? Rosa disse espantada, iria conhecer o tão famoso e
segundo Silvia o homem mais mal humorado da empresa.
Egidio: Por que o espanto?
Rosa: É que ouvi dizer que ele é um pouco difícil.
Egidio: Bobagem, são documentos que ele precisa assinar. Agora
vá... Falou indicando pra ela entrar no carro.
Rosa enfim entrou no carro e saiu dali, no meio do caminho ela
rezava pra que esse Claude não a tratasse mal.
Enquanto isso...
Claude já havia visitado um dos vinhedos do quais estavam
sendo realizada a colheita...
Seu pai tinha razão, sair daquele ambiente do escritório nem
que fosse por uns dias já seria o suficiente, estava lhe fazendo bem, de certa
forma desde que chegou ali não pensara no que havia acontecido com ele,
admirava as parreiras andando pelo local...
Um empregado da fazendo veio ao encontro dele e disse...
Empregado: Quando quiser voltar para a sede da fazenda, pode
falar eu o levarei.
Claude: Não precisa eu vou andando, quero caminhar.
Empregado: Mas doutor, já está quase escurecendo, o senhor não
conhece muito bem a região pode se perder.
Claude: Não seja idiota, eu não vou me perder no meio do
mato... Falou ele grosseiramente.
Empregado: Sim senhor!
Claude: Pode ir, vai, me deixe só!
O empregado entrou no jipe e saiu deixando Claude caminhando...
Enquanto isso, Rosa já andava a horas pela estrada..
Rosa: Maldita hora que eu fui derrubar esse GPS, agora ele
caducou e não fala mais que direção devo seguir... Disse Rosa batendo no
volante e andando devagar para ver se via alguém pela estrada para que ajudasse
a chegar ao seu destino.
Meia hora depois,
Claude se viu perdido.
Claude: Droga!! Claude olhou de um lado pro outro e só via mato...
Claude ficou perdido no meio do mato.
Claude: Mon Die, por aqui deve ter um caminho, com certeza
essa direção vai dar em alguma estrada... Falou indo em direção de um caminho
de terra, continuou a andar procurando a
estrada principal e o levaria a sede da fazenda. Estava tudo muito escuro
quando ele ouviu um barulho no mato que o fez ficar em alerta. Ele ficou um
tempo parado, mas não voltou escutar o barulho balançou a cabeça achando que
fosse coisa de sua mente... Ele olhou pra trás pra se certificar de que não se
tratava de ninguém...
Mas deu de cara com uma vaca, ele respirou fundo e disse...
Claude: Ufa!! Ainda bem que é só uma vaca... Falou isso e se
aproximou da vaca, a vaca recuou e mirou na direção dele e começou a andar mais
rápido pra cima dele.
Claude viu que a vaca estava querendo atacá-lo ele correu,
nesse momento Rosa vinha dirigindo, pela estrada principal, ela tinha
encontrado um mapa e decidiu abrir o mapa pra ver se conseguia se localizar, mas
infelizmente, Claude acabou aparecendo de repente à frente do carro dela, pois
estava fugindo da vaca Rosa freou, mas o carro chegou a encostar nele fazendo
ele cair.
Rosa: Dio Santo, matei um homem, Rosa saiu do carro com as
pernas bambas de medo, quando viu que era Claude ela exclamou... Você!!
Claude conheceu aquela voz, olhou pra ela e disse...
Claude: Nom acredito, você de novo, isso já virou perseguiçon...
Ai que dor, minha perna, acho que quebrei... Falou ele se torcendo de dor.
Rosa: Ai minha Nossa Senhora da Achiropita. Tenta levantar.
Claude: Não consigo, sua louca.
Rosa: Eu te ajudo... Falou desesperada.
Claude: Não toque em mim, sua doidivana, quem foi o louco que
permitiu que você dirigisse, hein?
Rosa: não foi culpa minha você apareceu do nada, meu Deus, eu
levei um susto quase morri!
Claude: Tá querendo dizer que a culpa é minha?
Rosa: Tá doendo muito.
Claude: Lógico que está! Eu vou te processar sabia, você tem
que ser detida, não pode andar por ai dirigindo não, oferecendo perigo as
pessoas, alias você é uma ameaça à segurança publica, não deveria nem sair de
casa.
Rosa: Para de reclamar e deixa eu te ajudar... Falou puxando
ele pelo braço. Claude se apoiou nos ombros dela... Não precisa ficar assim tão
bravo, não foi assim tão ruim... Falou colocando ele no banco de trás do carro.
Claude: Ah você fala isso, porque não é a sua perna que esta
doendo... Sua mentecapta... Gritou ele.
Rosa ficou furiosa e disse...
Rosa: Não precisa me ofender... Eu vou te levar no médico.
Claude: Não quero médico nenhum, me leve pra casa e me deixe
em paz.
Rosa: Tá... tá... Falou indo pro banco do motorista... Pra
onde é sua casa?
Claude: Siga sempre reto, quando ver um portão grande cinza,
pode entrar que é a minha casa.
Rosa fez como Claude falou, quando ela chegou à frente da casa
dele, viu muros enormes que escondiam a sede da fazenda, a casa da piscina
ficava separada da casa grande, com um muro que dividia, Rosa entrou com o
carro e estacionou bem na porta da casa da piscina.
Ela estava tão nervosa que acabou esquecendo de puxar a
alavanca do freio de mão, assim que Claude se apoiou nela os dois deram as
costas para o veiculo que sem o freio acabou andando sozinho bem devagar em
direção da piscina...
Rosa o deitou na cama...
Rosa: Você quer que eu vá atrás de um médico para você?
Claude: Não!! A perna dele já não doía tanto, acho que no máximo conseguiu uns arranhões com o “atropelamento”, mas ele fingia que doía só
pra vê-la apavorada. Queria castigá-la... Sabe o que eu quero?
Rosa: O que?
Claude: Eu vou fechar meus olhos e quando abrir novamente não
quero mais ver você aqui na minha casa, portanto vá embora!!
Rosa: Grosso!! Falou isso e se levantou pra sair dali, mas
quando chegou lá fora viu que seu carro não estava mais ali.. Ué cadê o carro?
Rosa foi seguindo as marcas do pneu e quando se deu conta o carro estava
mergulhado na imensa piscina.
Rosa: Meu Deus!! Eu to ferrada!! Falou com as mãos na boca e
como se não bastasse tudo o que estava acontecendo com ela, ela olhou pra cima e
sentiu pingos de chuvas caírem nela... Dr. Egidio vai me matar! Falou chorando,
Rosa foi pra dentro da casa e sentou na pontinha da cama e chorando alto.
Claude: O que foi, Mon Die quem devia estar chorando era eu
que fui atropelado, ham!
Rosa continuou a chorar e ainda mais forte.
Claude ficou sério e viu que ela estava desesperada sentou na
cama e disse...
Claude: O que foi?
Rosa: Você tá certo eu tinha que ser presa, tinham que impedir
a minha convivência em sociedade, eu sou um desastre, nada do que eu faço da
certo, eu quero morrer... Disse chorando e despencando na cama.
Claude: Mon Die! Mas o que aconteceu? Falou chegando mais
perto dela e pegando em seus cabelos.
Rosa: O carro... O carro... O carro... Soluçava de tanto chorar.
Claude: Que que tem o carro?
Rosa: Caiu na piscina... Quando terminou a frase ela chorou
ainda mais alto.
Claude: O que? Claude deu um pulo da cama para ver o carro e
sem lembrar da perna... Mon Die! Minha piscina!
Rosa viu que ele andava de um lado pro outro e reparou que ele
nem reclamava de dor.
Rosa: Sua perna?
Claude se deu conta do que tava fazendo e disse...
Claude: Milagre!!
Rosa olhou com raiva pra ele indo até ele com o dedo apontando
para o nariz do francês e disse...
Rosa: Seu cretino, você fingiu que estava machucado, só pra eu
me sentir ainda mais culpada.
Claude: Ei non fala assim comigo, abaixa esse dedo sua
baixinha.
Rosa: Metido!
Claude: Faladeira!
Rosa: Prepotente!!
Claude: Barraqueira!!
Rosa: Arrogante!!
Claude: Escandalosa!!
Rosa: Déspota!!
Claude: Desastrada!!
Rosa: Autoritário...
E a cada xingamento os dois se aproximavam cada vez mais...
Claude: Terremoto ambulante!!
Rosa: Ridículo!!
Claude: Fera desbocada.
Rosa: Seu, seu... Rosa já não sabia mais do que xingá-lo...
Grosso e cavalo!!
Claude: Sua... Sua... Falou e olhou ela dos pés a cabeça...
Sua cafoninha... Disse isso e riu muito, o que fez Rosa ficar mais furiosa
ainda, ela pulou em cima dele e os dois caíram no chão, Claude rolou com ela a
imobilizando deixando ela debaixo dele, Rosa se debatia na tentativa de sair
dali... Não adianta, eu sou muito mais forte que você, admita que você perdeu,
ande admita... Falou segurando ela pelos pulsos e as duas pernas segurando as
pernas dela.
Rosa: Nunca!! Eu prefiro morrer a admitir que você ganhou.
Claude se aproximou e sentiu o perfume da pele dela, ele
sorriu e disse...
Claude: Que coisa mais ridícula... Kkkkkkkkkkk... Falava e
ria.
Rosa: Do que você tá rindo seu idiota?
Claude: Da gente, estamos brigando feito duas crianças
querendo o mesmo brinquedo... Rosa não aguentou e sorriu também. Claude chegou
mais perto dela e disse... Você tem um sorriso lindo!! Os dois ficaram se
olhando, ainda ofegantes pela briga que tiveram, Rosa mordeu o lábio inferior e
ele não resistiu e a beijou... CONTINUA... RSRSRS...
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