sexta-feira, 18 de abril de 2014

Capítulo 27

No dia seguinte na casa de Claude...


Dadi: Nossa!! Que cedo o senhor acordou? Aconteceu alguma coisa? Disse Dadi ainda de roupão, acordou com o barulho feito por Claude na cozinha.


Claude: Aconteceu, sim...


Dadi: O que? Posso ajudar?


Claude: Pode sim, Dadi!


Dadi: Me fale, então! Falou a empregada ansiosa.


Claude: Reze por mim, estou indo falar com Rosa, quero que seja uma conversa definitiva.


Dadi sorriu e disse...


Dadi: Vai trazê-la de volta, doutor?



Claude sorriu e por um momento sentiu uma enorme alegria só em pensar na possibilidade de ter Rosa novamente em sua vida, se lembrou da casa dos sonhos de Rosa, que ele fez questão de comprar, mesmo nos momentos em que não tinha mais esperanças de tê-la de volta, pelo menos iria ter a casa onde ela um dia sonhou ter uma família com ele... Seu sorriso desapareceu dos seus lábios ao pensar que foi tudo culpa dele, que podiam estar vivendo felizes se não fosse pelo fato dele ter tido medo de sair daquele mundinho onde, só ele mandava e tinha total controle das coisas, se enganando o tempo todo, pensando que pudesse controlar seus sentimentos...


Dadi vendo a expressão no rosto do patrão perguntou, preocupada...


Dadi: O que foi doutor?


Claude: Não sei se conseguirei trazê-la de volta Dadi, pra falar a verdade não sei de mais nada, não tenho mais controle de nada na minha vida, mas não vou me dar por vencido e irei lutar pra mudar isso... Falou isso e pegou seu terno que estava na cadeira.


Dadi: Não quer que eu prepare um café, para o senhor?


Claude: Não!! Quero chegar ao escritório de Rosa antes dela... Disse isso e saiu.


Dadi fez o sinal da cruz e disse...


Dadi: Tomara que eles consigam conversar e se acertar...


Claude chegou antes de Rosa no escritório...


Márcia: O que deseja?


Claude: Vim falar com Rosa.


Márcia: Sinto muito, mas ela ainda não chegou... E hoje a agenda dela está lotada não posso encaixar o senhor em nenhum horário.


Claude: Eu vou ficar aqui e esperar por ela, preciso muito falar com ela.


Márcia: Mas senhor... Nesse momento Rosa sai do elevador e se depara com Claude.


Rosa: Claude..?


Márcia: Dra. Rosa, hoje a senhora tem um almoço marcado com alguns clientes, para as doze horas... Márcia falava o que já tava marcado para aquele dia, mas Rosa não prestava atenção em nada que sua secretaria falava.


Rosa: O que faz aqui, Claude?


Claude: Preciso falar com você...


Márcia: Eu já disse a ele, que a senhora estava com a agenda lotada hoje.


Rosa: Ouviu Claude?


Claude: Desde que nos reencontramos quero falar tudo que está acontecendo comigo e você sempre foge, não me deixa falar...


Rosa: Não temos nada pra conversar, já viu como meu dia será cheio, por favor, vá embora... Falou Rosa mais exaltada, Márcia percebendo que a conversa era seria, se afastou discretamente.


Claude: Tudo bem, Rosa. Se é isso que quer, eu faço...


Rosa: Do que está falando? Perguntou assustada.


Claude: Esse sempre foi meu erro né, esconder de você e dos outros o que eu realmente sentia, mas agora não tenho mais nenhum problema em me expor, não tenho  mais medo de nada, se quer que eu fale aqui diante de sua secretária o que eu estou a tempos querendo falar pra você, não tem problema eu falo.


Rosa vendo que ele iria começar a falar demais ali na recepção do seu escritório chegou perto dele e disse baixinho...


Rosa: Vem comigo... Disse isso e foi caminhando até a porta de sua sala.


Claude soltou um suspiro de alivio, por ela aceitar a ouvi-lo.


Os dois entraram na sala e Claude a encarou, sua ansiedade era nítida...


Rosa foi para trás de sua mesa e se sentou na cadeira e disse...


Rosa: Fale Claude!! O que tem pra falar?


Claude a achou fria, mas mesmo assim reuniu todas as forças que tinha se sentou a sua frente e disse...


Claude: Precisamos conversar sobre, nós!


Rosa: Não existe ‘’nós’’...


Claude: Existe sim!! Disse mais alterado e imediatamente percebeu que foi rude e disse... Me desculpe!! Mas existe muitas coisas a serem ditas... Claude lançou um olhar apaixonado pra ela e ao mesmo tempo um olhar desesperado.


Rosa fugiu daquele olhar, se levantando e ficando de costas para ele, não queria demonstrar fraqueza diante dele...


Claude também se levantou e se aproximou dela, ficando bem perto, Rosa podia sentir o hálito quente do francês em seus cabelos...


Claude: Desde que foi embora, minha vida virou de pernas pro ar.


Rosa não se mexia, seu coração batia acelerado com aquela aproximação de Claude, se sentia fraca com ele falando ao pé do seu ouvido, queria fugir dali, ir para bem longe pra não ter que demonstrar o quanto ele a afetava ainda, ela tinha que admitir que só de ouvir a voz grossa e firme do francês a levava a loucura...


Rosa: Isso é passado, Claude! Disse sem convicção nenhuma.


Claude: Um passado que não esqueci, olhe pra mim, por favor... Falou pegando nos braços dela fazendo-a se virar e ficar de frente pra ele.


Os dois se olhavam intensamente... Rosa olhou para baixo fugindo do olhar cheio de amor que Claude lançava para ela...


Rosa: Fale o que tem a falar e vá embora, por favor... Falou sem ter coragem de olhar nos olhos dele... Claude sentiu o nervosismo dela, pegou com delicadeza em suas duas mãos, que tremiam, ele apertou, Rosa olhou novamente pra ele e ele disse...


Claude: Eu te amo!! Rosa engoliu em seco, os olhos dele estavam fixados nos dela, aquela declaração fez com que seu coração se agitasse ainda mais, Rosa tentou fugir, mas Claude foi mais rápido e a segurou firme... Eu te amo... Disse novamente, com mais firmeza ainda a segurando mais forte, não deixando espaço entre os dois, encostou seus lábios nos dela e todo aquele autocontrole que Rosa tentava manter, caiu por terra, entreabriu os lábios e Claude aproveitou para lhe dar um beijo delicado, o francês usou todas as suas armas de sedução, sabia muito bem os pontos mais vulneráveis de sua amada, se lembrava perfeitamente das carícias que fazia nela  que a deixava completamente entregue a ele...


Pois não pensou duas vezes em colocá-las em pratica, a envolveu nos braços e deixando que o beijo ficasse cada vez mais intenso, Rosa por sua vez se viu sem saída, a não ser aceitar os carinhos dele, já fazia tempo que não sentia aquilo e se assustou quando se deu conta de que quando era beijado por Petrus não sentia aquele desejo que estava sentido ali nos braços de Claude, sim Claude, seu amor, o único e verdadeiro amor de sua vida, o enlaçou pelo pescoço e o aprofundou ainda mais o beijo, o coração de ambos, batia num ritmo descompassado, mas ao mesmo tempo cheio de paz.


Uma paz que a muito tempo, Claude não sentia, seu corpo todo reagia aquele beijo e se lembrou de como era incrível fazer amor com Rosa, as mãos dele deslizaram para baixo da saia dela, Rosa envolvida pelo momento, acompanhou as mãos dele deslizando levemente seus dedos nas mãos enormes do francês.


O beijo já estava deixando o casal sem ar, Claude se afastou, mas permanecendo o contato bem próximo ele balbuciou entre beijos na testa dela.


Claude: Você é a única mulher que eu amei verdadeiramente e que amo...


Nesse momento, Rosa se afastou dele e se lembrando de tudo que viveu com ele, se afastou ainda mais...


Claude: O que foi...? Disse reclamando pela distancia que Rosa impôs entre eles...


Rosa: Como pode dizer isso? O que quer comigo, hein?


Claude: Rosa... Disse tentando se aproximar.


Rosa: Não chegue perto de mim, por favor. Você não tem o direito de fazer isso, como pode se declarar assim pra mim, depois de tudo que a gente passou? Depois de ter me falado com todas as letras na minha cara, que nunca se apaixonaria, que nunca se casaria e se um dia tivesse de casar, que nunca seria comigo, você tinha vergonha de mim, vergonha do que eu era e vergonha do meu amor e mesmo assim não queria me ver crescer e não queria que eu mudasse, me queria como um brinquedo que fica la guardado o fundo da prateleira... Disse Rosa cheia de magoa.


Claude: Isso non é verdade... Eu gostava de você como você era, non queria que mudasse em nada, eu já te amava... Disse já se desesperando, em um minuto ele voltou a sentir esperanças de tê-la para sempre e no momento seguinte parecia que a situação estava saindo do controle, se via frágil como um menino perto da mulher que amava.


Rosa: É verdade sim, nada do que eu fazia pra você estava bom, nada, nunca demonstrou carinho por mim em público, tinha medo do que as pessoas fossem pensar ou falar, eu lá sempre tão apaixonada vivendo a vida só pra te agradar, dois anos de minha dediquei a te dar amor, mas mesmo assim você não quis... Gritou ela já se descontrolando.


Claude: Eu mudei... Disse numa tentativa de reverter à situação.


Rosa: Tarde demais! Rosa se virou dando as costas para ele, pois não aguentaria demonstrar a ele toda sua fragilidade, as lágrimas escorriam pela sua face, queimando seu rosto, instantaneamente no momento em que se lembrava de seu passado.


Claude baixou a cabeça e disse...


Claude: Sei que fui um idiota, fui duro com você, não admitia pra mim mesmo o quanto eu já estava apaixonado por você, tive que te perder e ficar perdido pra poder perceber o quanto você me fazia falta, o quanto você significava pra mim, minha vida não é nada sem você, esses anos que passaram eu não vivi eu vegetei, assim que você foi embora eu me desesperei, porque tinha percebido que minha vida tinha acabado por não ter mais você do meu lado.


Rosa: Mas isso já passou, Claude, faz parte do passado, eu já refiz minha vida e você também refez a sua ao lado de Nara.


Claude: Non... Gritou ele ficando de frente pra ela... Não tenho e nunca tive nada a sério com ela, ela nunca significou nada pra mim.


Rosa: Sinto muito por você, mas o Petrus significa muito pra mim... Disse arranjando uma coragem que nem ela mesmo sabia que tinha, Claude sentiu fundo aquelas palavras, se afastou dela um pouco pra poder raciocinar, Rosa foi para o outro lado da sala mantendo a distancia entre eles.


Rosa: Agora vai embora, por favor.


Claude: Ele pode significar alguma coisa pra você sim, mas não acredito que o ame...


Rosa se virou e com indignação disse...


Rosa: O que te faz pensar isso?


Claude: Eu não penso, eu tenho certeza que você não o ama...


Rosa: Saia daqui...


Claude: Eu senti você nos meus braços, senti que o sentimento que você tinha por mim não mudou em nada... Disse ele seguro.


Rosa não teve resposta, foi até a porta e disse...


Rosa: Saia... Ao dizer isso teve a impressão de ter visto uma lagrima nos olhos do francês...** Não, ele nunca demonstrou fraqueza e não seria agora que demonstraria, devo estar impressionada com o que ele disse, chega Rosa, pare de se iludir, você já sofreu demais!!** Pensou ela virando o rosto para não ter que encará-lo.


Claude: Negue que não me quer... Insistiu Claude ao chegar perto dela na porta.


Rosa: Já disse pra sair.


Claude: Não se engane, não cometa o mesmo erro que eu cometi a cinco anos atrás, não se iluda que vai ser feliz, ao lado de um homem que não ama.


Rosa: Saia já daqui!! Gritou ela.


Claude não resistiu e a segurou forte...


Claude: Veja!! Sinta como você reage ao meu toque, porque eu to sentindo, seu corpo ferver e tremer nos meus braços, seu coração acelerar assim como está o meu e seus lábios implorando para que eu os cubra com os meus, num beijo delicioso... Disse isso e a agarrou, a beijou com vontade, chegando a erguê-la do chão... Rosa não teve reação, queria empurrá-lo, mas não conseguia, ele estava certo o francês tinha total controle dos desejos dela, ela o queria mais do que nunca, constatou Rosa, quando Claude a puxou para mais perto dele a espremendo e intensificando o beijo...


Batidas na porta, fazem Rosa se afastar rapidamente dele, meio atordoada e com a respiração ofegante, Rosa se recompõe ao escutar Márcia do outro lado da porta chamando por ela...


Márcia: Dra. Rosa? Mr. Smith está aqui e precisa vê-la.


Rosa ficou assustada, se arrumou rápido, Claude limpava seus lábios dando um sorriso...


Rosa: Agora vá embora!! Disse isso e abriu a porta... Márcia já estava com Mr. Smith esperando que ela abrisse a porta...


O americano se espanta com a presença de Claude.


Mr. Smith: Claude..?


Claude: Como vai, Mr. Smith? Falou Claude estendendo a mão para cumprimentar o americano.


Mr. Smith: Não esperava te encontrar aqui...


Rosa: Ele veio tratar do assunto dos projetos, eu disse a ele que o senhor ainda não tomou nenhuma decisão.


Claude olhou pra ela e viu como ela se encontrava nervosa, mas essa reação dela negando seu amor por ele, de certa forma o feriu e ele pode sentir na pele o que ela sentiu a cinco anos atrás...


Claude concordou com o que Rosa falava para o americano que ainda olhava-os intrigado...


Claude: Sim, mas eu já estava de saída, tenham um bom dia, com licença... Falou isso e saiu.


Mr. Smith: Você parece nervosa, estavam brigando?


Rosa: Não... Falou um pouco reticente.


Mr. Smith: Minha filha, não quero me intrometer na sua vida, mas eu acho que esse homem a perturba, te faz ficar tensa, deveria resolver o que ficou mal resolvido entre vocês.


Rosa: Não temos nada pra resolver, Mr. Smith. estou noiva e não quero mais tocar nesse assunto, estou bem com Petrus... Falou com a cabeça baixa.


Mr. Smith: Então por que está de cabeça baixa, como se tivesse querendo fugindo do meu olhar.


Rosa olhou pra ele com os olhos vermelhos, não podia o enganar, ele era quase que um pai pra ela...


Mr. Smith se aproximou dela e a abraçou carinhosamente, afagando seus cabelos e dando-lhe o apoio de um pai. Rosa caiu no choro.


Mr. Smith: Às vezes a magoa nos deixa cegos e não conseguimos enxergar o óbvio, minha querida!


Um tempo depois Claude chega à construtora..


Frazão: Bom dia, francês!!


Claude: Bom dia!


Frazão: Foi falar com ela?


Claude: Fui sim... Disse se sentando na sua cadeira.


Frazão: E aí?


Claude: Ela ainda tem muita magoa de mim e não a culpo, fui um canalha com ela, a fiz sofrer demais.


Frazão: Ela te rejeitou?


Claude: Disse que não me quer que nosso relacionamento faz parte do passado. Mas...


Frazão: Mas??


Claude: A beijei, Frazon, um beijo maravilhoso, esse contato com ela foi divino, eu senti que ela ainda me ama, me ama, Frazon... Falou com um meio sorriso.


Frazão sorriu e nesse momento, Janete entra na sala...


Janete: Bom dia!! Disse sorridente.


Frazão: Bom dia... Disse ele seco, se levantando de onde estava sentando... Estou na minha sala, se precisar de mim me chama, Claude! Da licença... Falou isso e saiu.


Janete: Nossa!! Que falta de educação, tá vendo como ele é? Reclamou ela a Claude.


Claude: Ele tá magoado com você!


Janete: Por quê? Não fiz nada pra ele.


Claude: Você sabe muito bem, o por que.


Janete: O Frazão é um safado.


Claude: Eu o conheço a anos, e  posso afirmar que ele tá apaixonado por você, mas não vou ficar aqui tentando te convencer disso, só vou te dar um conselho, não rejeite o amor que ele tá querendo te dar, porque mais tarde com certeza você vai se arrepender. Assim como eu me arrependi... Falou ele triste.


Janete se admirou dele se abrir assim, Claude sempre fora muito reservado e nunca falara daquela maneira com ela, depois disso ela ficou pensativa...


Mr. Smith aconselhou Rosa a pensar bem no seu noivado e ver se era isso mesmo que ela queria depois que ele saiu, Rosa meteu a cara no trabalho para que o dia passasse rápido, no final da tarde ela já estava exausta. Mas decidiu ir para casa de Petrus, estava se sentindo culpada, por ter sido beijado por Claude.


Assim que ela entrou chamou por Petrus, mas ele não se encontrava, logo em seguida o telefone residencial toca, mas Rosa não atende e deixa que a secretária eletrônica guarde o recado...


No outro lado da linha era o médico grego, amigo de Petrus...“Como vai, amigo?? Já fez todos os exames necessários? Me retorne a ligação o quanto antes, preciso saber como você está...”



Rosa: Exames necessários? Falou Rosa intrigada... CONTINUA... RSRSRS…

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