No apartamento de Rosa...
Janete: Nossa!! Que coisa hein, amiga!! Falou espantada com o
que Rosa falava pra ela.
Rosa: Imagina como tá a cabeça do Claude?
Janete: Faço ideia, ele adorava esse pai, como se fosse uma
pessoa perfeita, um herói.
Rosa: Pois é, eu entendo a Estela, mas acho que ter escondido
o que o Eduardo fez, foi pior o Claude tá se sentido traído, traído pelo pai e
pela mãe.
Janete: Isso na cabeça complicada do Claude é terrível mesmo.
Rosa: Ele vai sair de casa, vai morar num flat.
Janete: Não se preocupa amiga, logo ele faz as pazes com a mãe
dele e tudo vai voltar ao normal.
Rosa: Eu sei, acho até bom ele ter esse tempo pra ele, mas a
minha mãe vai ter que me explicar muita coisa...
Janete: Por quê?
Rosa: Porque ela acusou Estela injustamente fez com que Estela
confessasse na frente do Claude, isso não se faz, ela vai ter que me ouvir... Falou
terminando de se arrumar.
Janete: O que você vai fazer?
Rosa: Vou lá na mansão conversar com ela. Tchau amiga.
Janete: Tchau!! Boa sorte.
Rosa foi pra mansão, quando chegou lá Pepa já foi logo
contando que Colibri a levou no colo para o quarto.
Rosa: Como é que é?
Pepa: Isso mesmo que eu tô te dizendo.
Rosa: Mas que atrevimento dele... Falou indignada.
Pepa: Mas o pobre não ia se atrever a fazer uma coisa dessas
se ela não permitisse né... Falou jogando seu veneno.
Rosa revirou os olhos e disse...
Rosa: Estou subindo pra conversar com a minha mãe, não quero
ninguém escutando minha conversa com ela hein... Falou Rosa alterada.
Pepa: Que horror, do jeito que você fala ate parece que sou
uma bisbilhoteira, que fico escutando conversas dos meus patrões... Falou se
virando de costas pra Rosa e lavando suas panelas.
Rosa respirou fundo e foi pro quarto de Amália.
Rosa: Bom dia... Falou abrindo as cortinas.
Amália: Quem deu ordens pra abrir as cortinas?
Rosa: Ninguém precisa dar ordens pra mim, mamãe...
Amália: Por que tá falando assim comigo?
Rosa: Precisamos conversar e vai ser agora.
Enquanto isso na construtora...
Fernando: Você foi criado num orfanato não é mesmo?
Guilherme: Sim.
Fernando: E quem pagou seus estudos?
Guilherme: Eu sempre trabalhei, mas depois que conheci seu
Giovanni, ele me ajudou muito.
Fernando: Ah é? E como vocês se conheceram?
Guilherme: Rosa me apresentou ele.
Guilherme: Nos conhecemos na faculdade, eu fazia direito e ela
engenharia...
Fernando: Nessa época você trabalhava pra pagar sua faculdade?
Guilherme: Aham, eu consegui uma bolsa de estudos na faculdade
eu só pagava a metade do curso...
Fernando: E quando conheceu o seu Giovanni foi trabalhar com
ele?
Guilherme: Eu gostei do seu Giovanni de cara e ele também gostou
muito de mim, ele me convidou pra vir fazer um estágio no setor jurídico da
empresa, ele quis me ajudar e eu fiz por merecer o cargo que tenho hoje...
Fernando: Nessa época você já tinha interesse na filha do seu
Giovanni? Porque você é apaixonado por ela não é mesmo?
Guilherme: A minha vida particular não lhe diz respeito...
Fernando: Todos os fatos me dizem respeito quando tem um
assassino a solta, que mata pessoas do seu convívio eu preciso saber de tudo...
Guilherme: Eu posso saber do que eu estou sendo acusado? É o
fato de ter vindo de baixo ser órfão que me faz um suspeito pra você
investigador? Porque ao que eu saiba você não tem nada de concreto contra
mim...
Fernando: Calma Guilherme, não sei por que você tá tão
nervoso, você sabe que investigar é o meu ofício e como advogado você sabe que
eu tenho que interrogar todas as pessoas que tem ligações com as vitimas...
Guilherme: Eu não estou nervoso, só quero saber com base em
que você esta me interrogando...
Fernando: Com base que todos são suspeitos pra mim até que eu
ache esse assassino, não é porque você é órfão ou não é simplesmente porque
você convivia diariamente com todas as vitimas, com umas ate bem mais do que
com outras não é mesmo?
Guilherme: Do que o senhor esta falando, investigador?
Fernando: Porque o senhor não relatou em seu depoimento que
mantinha um envolvimento amoroso com a vítima a senhorita Gilvania...
Guilherme: Eu não mantinha um relacionamento com a Gilvania,
por isso não disse achei irrelevante...
Fernando: Você vai me desculpar, mas quem tem direito de achar
irrelevante ou não sobre qualquer informação aqui sou eu, porque você ocultou o
fato?
Guilherme: Eu não tinha nada serio com ela só sai algumas
vezes com ela, ela era uma mulher bonita e sabia ser persuasiva eu estava
carente, mas não era serio eu não gostava dela...
Fernando: Mas isso não o impediu de sair algumas vezes com a
moça não é mesmo? Eu gostaria que você fosse a delegacia, Guilherme, para
prestar um novo depoimento e dessa vez eu espero que o você não se “esqueça” de
me dizer nada...
Guilherme: Tudo bem Fernando eu vou... Falou nervoso.
Fernando se despediu dele e saiu...
Na mansão...
Rosa: A senhora me deve muitas explicações.
Amália: Sobre o que?
Rosa: A senhora não tinha o direito de fazer o que fez ontem,
acusou a Estela sem ter provas.
Amália: Você nunca fica do meu lado, o que você queria hein?
Que eu esquecesse tudo que eu ouvi tudo que eu vivi nesses últimos anos?
Rosa: Eu não tô contra a senhora, mas se a senhora tinha
alguma coisa pra esclarecer com ela por que não a chamou pra ter uma conversa
seria? Ao em vez disso a senhora a acusou sem provas, a pressionou na frente do
filho com o único intuito de acabar com ela.
Amália: Não foi nada disso.
Rosa: Foi sim mamãe, seu orgulho foi mais forte que a senhora,
sua raiva por ela te cegou. O que a senhora fez ontem não foi nada bonito.
Amália: Eu tô pouco me importando.
Rosa: Que bom, assim a senhora vai poder me explicar o que fez
no dia em que meu pai morreu.
Amália: Do que você tá falando?
Rosa: Não é a senhora que gosta das coisas muito bem
esclarecidas? Então essa é a sua chance de se esclarecer comigo.
Amália: O que você tá querendo dizer? Tá desconfiando de mim?
Tá achando que fui eu que matei seu pai num acesso de loucura?
Rosa: Não, mamãe, não coloque palavras na minha boca, eu só
quero saber o que a senhora fez naquela noite, a senhora já me enrolou uma vez,
mas agora não vai conseguir, porque não saio daqui ate a senhora me falar o que
fez naquela noite... Falou Rosa com firmeza.
Amália: Eu não tenho nada pra esconder, mas fique sabendo de
que suas desconfianças me magoam profundamente.
Rosa: Fala, mamãe!!!
Amália respirou fundo e disse..
Amália: Naquela noite eu fui ligar para o meu cabeleireiro,
desmarcando minha hora no salão, mas quando peguei no telefone, ouvi a voz de
seu pai e de Estela, como eu já vinha desconfiando a muito tempo dos dois,
fiquei escutando a conversa, ele tava nervoso e falava que não era pra ela
falar nada, que Claude não podia saber e ela insistia... Eu fiquei com tanta raiva que joguei o
telefone, porque eu acreditava de que eles estavam falando do caso que eles
tinham, fiquei ferida quando ele se preocupou com Claude e não com a gente...
Eu não podia imaginar que era o segredo do Eduardo, depois disso ele subiu pra
se arrumar, ai eu e ele tivemos uma briga, uma briga feia, eu tava morrendo de
raiva dele ter coragem de me trair com a minha melhor amiga, tava me sentindo
um lixo... Falou chorando.
Rosa: Eu escutei parte dessa briga, mas depois me tranquei no
quarto e dormi, não ouvi mais nada, eu nem sabia que a senhora tinha saído
aquela noite, só soube quando a senhora
falou pro investigador Fernando que estava no salão.. Mas nós duas sabemos que
a senhora não ficou no salão nem por cinco minutos não é mesmo?
Amália: Eu tava com raiva, queria bater em seu pai, jogar tudo
na cara dele, ai quando joguei o telefone eu desci decidida a brigar com ele,
mas quando eu estava na escada eu o escutei marcando um encontro com Estela.
Por isso que eu tenho raiva dela, porque ela não fala a verdade, ela se
encontrou com ele na praia naquele dia, pode não ter sido pelo motivo que eu
desconfiava, mas ela se encontrou sim...
Rosa: Mamãe continua, deixa sua rixa com a Estela pra lá.
Amália: Ai eu queria pegar os dois no flagra, assim que ele
saiu eu chamei Afrânio pra me levar no salão, enganei Afrânio e assim que
entrei no salão pedi um taxi e sai pela porta dos fundos e fui pro litoral.
Rosa: Por que a senhora mentiu pro Afrânio dizendo que ia
demorar no salão? Porque a senhora foi de taxi pro litoral?
Amália: Afrânio sempre foi cupincha de seu pai, eu não podia
confiar nele, aposto que era só eu falar pra ele me levar no litoral, que ele
ia dar um jeito de avisar seu pai.
Rosa: E quando a senhora chegou lá na casa da praia o que viu?
Amália: Nada, o transito pra lá estava horrível, eu cheguei
tarde lá, não tinha ninguém na casa, só vi umas taças de vinho, ai tive a
certeza de que ele esteve ali com ela.
Rosa: Mamãe, a senhora não se lembra de mais nada? Não tá me
escondendo nada?
Amália: Não, eu já falei tudo o que eu fiz se não acreditar,
pode procurar o taxista que me levou, ele me deu o cartão, ele ficou me
esperando eu entrei e sai da casa muito rápido.
Rosa: A senhora vai ter que dar outro depoimento pro Fernando.
Amália: Por quê? Não sei de nada, essa historia não vai mudar
nada nas investigações.
Rosa: A senhora mentiu, mamãe, deveria ter falado toda a
verdade no seu depoimento.
Amália: O que você queria que expusesse assim minha família,
pra um estranho?
Rosa: Não interessa, ele tá investigando e qualquer detalhe
pode ser uma pista que leve até o assassino. É só isso mesmo mamãe?
Amália: Só...
Rosa: Está bem, eu tenho que ir... Falou isso deu um beijo na
testa da mãe e quando ia saindo do quarto Amália se lembrou de um detalhe...
Amália: Espere, Serafina.
Rosa: O que foi?
Amália foi até o closet e voltou com um brinco nas mãos e
disse.
Amália: Achei esse brinco na soleira da porta da casa de praia
naquela noite, eu achei que fosse de Estela, mas depois já não sei mais porque
eu conheço a Estela e acho que ela não usaria um brinco tão grande, não faz o
estilo dela.
Rosa: Isso é muito importante, mamãe... Falou pegando o
brinco... Quando a senhora prestar seu novo depoimento, temos que dar esse
brinco pro Fernando investigar.
Amália prestou um novo depoimento, Guilherme também e as
investigações tomaram outro rumo, passou dois meses...
Janete: Ai amiga me desculpa, eu não tô conseguindo te ajudar
com os preparativos do casamento, a construtora nesses últimos meses tá me
consumindo.
Rosa: Não se preocupe amiga, eu também não tô tendo tempo pra
ver essas coisas, mas acho melhor esperar mesmo não tem clima pra ver
convidados, enfeites com o Claude ainda brigado com a mãe dele né.
Janete: Claro, Estela deve querer participar de todos os
detalhes também, afinal o Claude é o único filho que ela tem.
Rosa: É, mas as coisas tão caminhando bem, o Claude tá mais
tranquilo, agora que o foco das investigações mudaram, logo ele faz as pazes
com a mãe dele e a gente organiza o casamento.
Enquanto isso na sala de Claude.
Frazão: Claude sabe o que eu pensei?
Claude: O que?
Frazão: Em fazer uma festa de inauguração das casas.
Claude: Eu já tinha pensado nisso, mas eu não quero uma coisa
muito grande.
Frazão: Claro, eu vou falar com Janete e Rosa pra ver se elas
dão alguma ideia pra festa.
Claude: Frazon eu tô me sentindo bem mais leve, tirando o
probleminha que tenho com a minha mãe, as coisas estão indo bem, eu tô com a
Rosa a construtora tá fazendo sucesso.
Frazão: Que bom que aquele escândalo não atrapalhou os
negócios.
Claude: É acho que agora vamos ter um pouquinho mais de paz
não é mesmo.
Frazão: Já se passaram dois meses e nada de descobrirem quem é
o assassino.
Claude: Ele tá muito quieto né.
Frazão: E aquela história do brinco hein?
Claude: Estranho né.
Frazão: Muito.
Claude: Mas o mais estranho é o caso que o Guilherme santinho
teve com aquela secretária... Disse ele baixinho.
Frazão: Não começa, Claude.. Disse sorrindo, achando graça do
modo que o francês se referiu ao Guilherme... Se a Rosa escuta você falando
assim do Guilherme é briga na certa.
Claude: Um dia eu ainda desmascaro esse ingomadin... CONTINUA...
RSRSRS...
Nenhum comentário:
Postar um comentário