terça-feira, 12 de junho de 2012

Capítulo 11




 
Claude chega à sala e procura a chave do carro, assim que acha ele sai de seu apartamento, decidido a falar com Rosa...


No caminho até o cortiço, começa a chover forte...


Claude: Tomara que essa chuva passe...


Enquanto isso no cortiço, Rosa não tinha sossego na cama, Terezinha havia pegado no sono e ela não se esquecia de ter ficado tão perto de Claude durante a tarde...


**Por que será que ele tava rindo??** Pensou ela, de repente ela ouve um barulho e em seguida escuta ser chamada.


Claude: Rosa?? Rosa?? Gritava o francês naquela tempestade, mas que não o intimidou, Rosa foi até a janela.


Rosa: Você tá maluco Claude... Vai pra casa... Falou ela sem saber o que fazer.


Terezinha e seus pais acordaram com o barulho e foram ver o que estava acontecendo.


Giovanni: Ma o que que tá acontecendo ham?


Rosa: Nada papai, pode voltar pra cama.


Terezinha deu risada e disse...


Terezinha: É o Claude berrando lá embaixo, querendo falar com a Fina, ai que romântico ele te chamar assim na chuva... Falou Terezinha encantada com a atitude do cunhado.


Rosa: Ai Terezinha deixa de ser tonta...


Claude: Desce meu amor, eu quero falar com você... Gritou ele encharcado pela chuva.


Rosa: Não vou descer vai embora... Falou saindo da janela.


Giovanni: Mas é muita cara de pau desse francês, depois de tudo que ele aprontou, de todas as mentiras e confusões que fez você entrar... Falou o velho indignado.


Amália: Eu vou descer e abrir a porta pra ele... Falou colocando seu roupão...


Giovanni: Não deixa ele entrar não...


Amália: Mas Giovanni está chovendo.


Giovanni: Uma chuvinha de nada não vai matar esse farabuto.


Rosa andava de um lado pro outro sem saber o que fazer...


Terezinha: Vai Fina, pelo menos escuta o que ele tem a dizer vai... Terezinha encorajava a irmã, para conversar com o marido.


Giovanni: Ela não vai sair daqui do quarto e tenho dito... Falou o velho zangado saindo do quarto.


Rosa se sentou na cama e ouviu Claude gritar por ela mais uma vez...


Claude: Desce Rosa, eu preciso de você... Disse ele com as lágrimas se misturando a chuva que molhava sua face.


Amália foi até a porta e disse, mesmo contra a vontade de Giovanni...


Amália: Doutor venha o senhore está encharcado, entre... Falou a senhora com expressão bondosa.


Claude: Cadê a Rosa?


Amália o esperava na porta com uma toalha nas mãos...


Amália: Acho melhor o senhore se secar e ir embora, ela não vai descer pra falar com você e muito menos Giovanni vai permitir que vá até o quarto dela... Disse Amália com pesar, gostava tanto do genro e sofria ao ver sua filha separada dele.


Claude: Mas eu preciso falar com ela, preciso que ela me escute...


Amália: Se acalme, por favor, deixa ela pensar eu conheço a Serafina, ela não vai falar com o você assim desse jeito, amanhã o senhore volta e vocês conversam com calma ham?


Claude não teve alternativa a não ser aceitar o que sua sogra lhe dizia.


Claude foi triste caminhando até o carro, entrou sentou, encostou a cabeça no volante e chorou...


Claude: Eu só queria uma chance de te dizer que te amo...


Ele da partida no carro e sai com as lágrimas ainda rolando por seu rosto, ele sai andando pela cidade e tudo o faz se lembrar de Rosa... Pensa Claude desesperado pro não conseguir pedir perdão a ela... Rosa sua esposa, sua amiga, sua companheira, seu amor... Isso ela era o seu amor e esteve tanto tempo ao seu lado e justo quando ele descobre isso ele a perde...


Claude: Como eu fui burro, mon Die eu a tive todo esse tempo ao meu lado e non me dei conta o quanto a amava...


Depois de andar sem rumo pela cidade naquela chuva Claude chega ao seu apartamento e é recebido por Brigitte, que estava preocupada, pois escutou a hora que ele saiu do apartamento...


Brigitte: Mon Die mon petit, o que aconteceu com você? Tá encharcado...


Claude chorando, visivelmente abatido abraça sua mãe...


Brigitte: O que foi mon ange você foi falar com Rosa? Ela não aceitou voltar pra você??


Claude: Ela nem ao menos aceitou falar comigo maman...


Brigitte: Meu filho não fique assim dos males o menor...


Claude: Como assim maman dos males o menor ela non me quer mais...


Brigitte: Ela não disse que quer, mas também não disse que não quer então ainda há uma esperança filho...


Claude: Você acha??


Brigitte: Claro mon amour, eu sei que a Rosa te ama muito ela só está confusa e magoada com você, eu tenho certeza se vocês conversarem isso vai se resolver...


Claude: Mas ela non quer mais me ver...


Brigitte: Ela quer sim meu filho, você só tem que fazer da maneira certa pra provar o quanto a ama...


Claude: Eu tô perdido maman me ajuda...


Brigitte: Eu vou te ajudar mon petit... Falou Brigitte fazendo carinho na cabeça do filho... Agora vamos trocar essa roupa, não vai querer ficar doente né!!


Brigitte o levou pro quarto e cuidou dele como ele fosse uma criança ainda, depois que Claude já se encontrava deitado, Brigitte vai até ele e diz...


Brigitte: Boa noite mon amour... Brigitte se vira as costas e Claude a chama.


Claude: Maman?


Ela se vira pra ele e ele diz...


Claude: Obrigado...


Brigitte: Sou sua mãe, vou estar sempre aqui quando precisar... Falou isso e saiu.


Claude custou a dormir, mas foi vencido pelo cansaço...


Na manhã seguinte...


Giovanni: Você não tinha nada que abrir a porta pra esse farabuto.


Amália: Ele estava encharcado, queria que ele pegasse uma pneumonia??


Giovanni: Por mim... Falou o velho balançando os ombros sem se importar com o estado do francês.


Rosa: Vamos parar com essa conversa...


Amália: E você... Custava ter descido e conversado com seu marido?? Falou Amália com um ar de repreensão.


Rosa: Mamãe!!


Giovanni: Non fala assim com nostra filha, ela tá certa de querer ficar longe daquele imprestável.


Amália: Você não se mete na vida dela...


Rosa: Querem parar vocês dois... Falou isso e deixou a mesa.


Amália: Tá vendo o que você fez?


Giovanni: Eu non fiz nada, só falei a verdade.


Amália: Você é o dono da verdade, o santo que não comete erros, se Serafina ficar infeliz pro resto da vida a culpa vai ser sua... Falou Amália saindo da mesa também.


Giovanni ficou sentado emburrado...


No quarto de Terezinha e Rosa..


Terezinha: Que foi?


Rosa: Tão brigando por minha culpa... Falou ela chorando.


Terezinha: Não fica assim eles brigam todo dia.


Rosa: Por que será que na minha vida nada da certo, tive um noivado que foi um completo desastre, depois me caso só pra ajudar um homem que nunca nem olhou pra mim, ainda tive que ficar ao lado dele pra fingir um casamento de verdade... Rosa não aguentou e se entregou ao choro.


Terezinha: Fina, não fica assim eu tenho certeza que você ainda vai ser muito feliz ao lado do amor da sua vida... Falou consolando a irmã.


Na casa de Claude, ele desce desanimado...


Brigitte: Bom dia ma petit... Falou dando um beijo no rosto do filho.


Claude: Bom dia maman... Falou ele com olheiras enormes.


Brigitte: Ânimo mon amour, você precisa reagir, pra poder pensar num jeito de resolver esse assunto... Falo Brigitte servindo café pra Claude.


Claude: Não sei o que fazer tô perdido...


Brigitte: O Frazão já te ligou perguntando se você não vai pra construtora, eu falei que hoje você não iria.


Claude: Mas maman, por que fez isso?


Brigitte: Por que você vai sair comigo, vou te levar ao shopping compras...


Claude: Fazer o que no shopping? Eu odeio shopping...


Brigitte: Me acompanhar lógico, depois podemos comer alguma coisa e sei lá... Sairmos dar uma caminhada no Ibirapuera.


Claude: Ibirapuera non... Falou se lembrando de Rosa.


Brigitte: Por que não??


Claude: Maman eu vou em qualquer lugar com a senhora, menos no Ibirapuera.


Brigitte: Está certo...


Logo os dois saíram Brigitte não podia ver uma vitrine bem produzida que ela já entrava na loja, Claude revirava os olhos com tantas sacolas...


Brigitte: Vamos comer alguma coisa, depois podemos ir ao cinema o que você acha?


Claude: Claire... Falou ele desanimado, no caminho para o restaurante, Claude vê um outdoor com anuncio de uma loja de noivas, logo ele se lembrou de Rosa...


Brigitte: Que foi?


Claude: Nada, vamos... Falou ele abrindo a porta do carro pra ela.


Os dois comeram alguma coisa leve quando Claude foi pegar a carteira pra pagar a conta ele viu uma foto de Rosa com ele.


Ele se lembra de porque havia colocado aquela foto na carteira...


Lembranças...


O casal de americanos estava jantando com Claude e Rosa num restaurante quando Claude abriu a carteira e os olhos curiosos de Mrs. Smith reparou não ter foto deles na carteira, sempre muito indiscreta comentou sobre o assunto.


Mrs. Smith: O senhor não costuma carregar uma foto de sua esposa na carteira?


Claude: Ham??


Mrs. Smith: Uma foto, pra ela sempre estar perto do senhor, Dr. Claude... Falou a americana sorrindo.


Claude: Acho que non preciso ham, eu sempre carrego minha mulher no meu coraçon...


Rosa sorriu e ficou contente com a resposta...


Mrs. Smith: Que romântico...


Rosa: Meu marido é muito romântico, mas pode deixar Mrs. Smith, vou providenciar uma foto de nos dois bem juntinhos pra sempre que ele abrir a carteira se lembrar de nosso amor, não é?? Perguntou ela olhando bem dentro dos olhos dele.


Claude: Claire cherry... Falou ele sorrindo.


De volta a realidade, ele estava ali olhando pra foto e pensando que Rosa estava certa, a foto remetia um momento íntimo dos dois, mesmo ele sem saber que já estava perdidamente apaixonado por ela na época, a foto representava bem o amor dos dois...


Claude sorriu e teve uma ideia...


Claude: Claire como não pensei nisso antes ham?


Brigitte: No que??


Claude: Mamãe vamos embora eu preciso resolver uns assuntos.


Brigitte: O que?? Pode me dizer??


Claude: Vou cuidar da minha felicidade... Disse ele sorrindo.


Brigitte sorriu e se apressou em dizer...


Brigitte: Meu filho se é pela sua felicidade, pode ir eu pego um táxi, vai tranquilo meu querido.


Claude: Está bem, não quero mais perder tempo ham...


Brigitte: Vai com Deus meu filho, você vai conseguir... Falou dando um beijo no filho que saiu apressado.


No caminho ele ligou pra uma agencia de publicidade que já trabalhava pra construtora, falou exatamente o que ele queria...


O amigo dele dono da agencia falou que já estavam fechando por causa do horário, mas que ia escalar um funcionário pra resolver o pedido dele o mais rápido possível.


Claude passou na construtora pra esperar o tal funcionário que demorou um pouco pra chegar, eles acertaram os detalhes do que Claude queria...


Claude: Sim e quando vocês vão colocar??


Funcionário: Daqui uns três dias.


Claude: Três dias mon Die é muito tempo, eu preciso que seja rápido.


Funcionário: Vamos fazer o possível... Falou o funcionário da agencia fechando seu notebook.


Claude: Sim estou esperando seu retorno... Disse Claude abrindo a porta da sua sala pro publicitário sair.


Claude foi pra casa já estava tarde, não quis jantar a sua ansiedade em que sua ideia desse certo tirou a sua fome se deitou cedo, mas se revirou na cama como todos os dias.


Enquanto isso no cortiço, Rosa estava sentada no sofá brincando com o controle da TV mexendo em vários canais como se fossem todos tediosos...


Amália da cozinha repara a tristeza da filha e comenta com Giovanni...


Amália: Tenho medo que ela acabe ficando doente.


Giovanni viu que a preocupação de Amália tinha sentido.


Os três dias se passaram e Rosa continuava triste...


Terezinha: Fina vem comigo rápido... Falou ela entrando no quarto toda apressada.


Rosa: Ah não Terezinha tô sem ânimo pra sair hoje desculpa.


Terezinha: Não Fina, vem logo, você vai gostar... Falou puxando Rosa pelos braços ela reclamou, mas não adiantou Terezinha continuou a praticamente carrega-la, até o portão do cortiço.


Quando Rosa viu o prédio da frente, uma construção ainda em acabamento.


Terezinha: Que lindo, isso que é amor... Falou Terezinha com lágrimas nos olhos.


Os fofoqueiros do cortiço estavam todos no portão...


Pepa: Ma que poca vergonha Dio Santo.


Afrânio: Tinha que ser esse cleptomaníaco mesmo.


Joana: Vocês dois são dois invejosos, eu achei lindo, uma forma bem romântica de demonstrar o amor e Serafina merece...


Rosa olhava sem acreditar no que via, Claude havia mandado fazer uma espécie de telão, com a foto dos dois e uma declaração que piscava nos olhos dela, ela não conseguia tirar os olhos do painel.





Claude estava encostado no carro bem embaixo da própria declaração, ele estava impecavelmente vestido..


Com as mãos nos bolsos, as pernas cruzadas, esperando desesperadamente que essa tentativa desse certo, Rosa olhou pra ele depois de um tempo contemplando o telão...


Ele já estava com medo da reação dela, seus olhos vermelhos denunciavam sua apreensão...


Rosa sorriu pra ele e ele sentiu um alívio invadir seu coração, suas pernas que aparentavam tanta firmeza, mas na verdade estavam tremendo de medo que Rosa o rejeitasse novamente, se firmaram se posicionando esperando que ela se aproximasse dele.


Rosa deu o primeiro passo e Claude não se conteve, correu até ela...


Claude chegou tão perto dela, que podia sentir a respiração acelerada de sua italianinha.


Claude: Eu te amo, volta pra mim... Falou a enlaçando pela cintura.


Rosa não aguentou mais segurar as lágrimas e disse...


Rosa: Eu também te amo.


Ele sorriu e viu que a partir daquele momento nada, nem ninguém poderiam tirá-la dos seus braços...


Claude a beijou com tanta intensidade, fazendo ela o abraçar forte.


O povo do cortiço aplaudiu, chamando a atenção de um velho italiano muito turrão, que foi ver o que estava acontecendo.


Os dois foram ficando sem fôlego e com as testas coladas Claude perguntou agoniado...


Claude: Me perdoa meu amor, me perdoa, eu te amo e sempre te amei, só não queria enxergar isso, fala que me perdoa... Falou ele acariciando seu rosto.


Rosa: Perdoo, eu te amo, te amo muito, desde sempre... Os dois voltaram a se beijar sem se importar com quem estava ali presente.


Seu Giovanni vendo o espetáculo e o burburinho, ele deu um grito...


Giovanni: Serafina Rosa Petroni venha aqui agora mesmo... Gritou o velho assustando o casal... CONTINUA... RSRSRS...

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