domingo, 10 de março de 2013

Capítulo 5


Professor: Só liguei pra saber se está tudo bem.


Rosa: Desculpa, mas eu não tô entendendo, quem é que tá falando hein? Falou confusa achando que devia estar ocorrendo algum engano.


Professor: Desculpa, nem falei meu nome, aqui é o professor Geraldo do Clube, lembra eu falei com a senhora quando fez a matricula do Matheus?


Rosa: Ah lembrei sim me desculpa, mas acho que ta havendo algum engano, Matheus está indo todas as quartas e sextas pra aula de futebol.


Geraldo: Não senhora, eu faço chamada, e confiro pessoalmente quem veio e quem não veio, o Matheus o seu filho posso lhe garantir que não participou de nenhuma aula.


Rosa ficou calada...


Geraldo: D. Rosa?? D. Rosa??


Rosa: Obrigada, professor Geraldo, acho que agora tenho que desligar, pra verificar essa história...


Geraldo: Ok!!


Assim que Rosa desligou o telefone, Matheus apareceu na sala.


Matheus: Oi mãe...


Rosa: Oi meu filho, se divertiu hoje na aula de futebol?


Matheus: Claro!! Eu adoro.


Rosa: Engraçado, porque seu professor acabou de me ligar dizendo que você nunca apareceu em aula nenhuma!!


Matheus ficou branco e começou a gaguejar...


Matheus: Mã... Mã...


Rosa: Você pode me explicar o que que tá acontecendo, Matheus Petroni??


Matheus: Ai meu canequinho, o nome inteiro... Falou ele com medo e bem baixinho.


Rosa: Fala!!


Matheus: Eu não queria.


Rosa: Matheus?? Você mentiu que estava indo pro clube?


Matheus só fez um leve balanço na cabeça afirmando o que sua mãe perguntou.


Rosa: Por quê?


Matheus: Mãe, a senhora que insistiu pra eu fazer, mas eu não queria...


Rosa: Aí decidiu mentir pra mim?? Falou indignada, Maria ouve a briga da cozinha e vai ver.


Maria: Mas o que foi?


Rosa: Foi que o Matheus estava mentindo pra nós duas, te enganou direitinho... Rosa parou e pensou... Espera aí, se você não ia pra aula, onde você ficava esse tempo todo?


Matheus se encolheu mais ainda no sofá onde estava sentado e disse...


Matheus: Por aí...


Rosa: O que?? Gritou Rosa já sem paciência.


Maria: Calma! Ele deve ter uma explicação... Falou Maria pra tentar acalmá-la.


Rosa: Fala por onde você andava?


Matheus: Eu... Eu...


Maria: Matheus, não deixa sua mãe mais nervosa do que ela já está...


Matheus: Eu ia pro Ibirapuera...


Rosa: Como é??


Maria: Meu Deus, mas esse parque fica longe.


Matheus: Eu ia correndo...


Rosa: Você tem noção do que você fez?


Matheus não falava nada, continuou de cabeça baixa...


Rosa: Meu filho isso é muito perigoso, você não imagina o perigo que você correu andando por aí sozinho.


Matheus: Eu sei me cuidar.


Rosa: Não sabe não!! Você só tem dez anos, imagina se algum marginal te segue e faz alguma maldade com você, hein?


Matheus: Mas não aconteceu nada...


Rosa: Vai pro seu quarto já... Falou brava, Matheus correu pro quarto...


Maria: Calma!! Não grita assim, que é pior, se acalma depois conversa com ele com calma, eu vou preparar o jantar...  Falou e saiu dali.


Rosa: Meu Deus, hoje não é meu dia... Falou cansada indo pro seu quarto.


No apartamento de Claude...


Dadi: O que que foi hein?


Claude: Tô péssimo, Dadi.


Dadi: O que aconteceu?


Claude conta à Dadi tudo o que ele fez com Rosa no passado...


Claude: Como é horrível, saber que uma pessoa sofreu por sua causa e que hoje ela não consegue te perdoar porque a magoa é maior que tudo... Falou num tom triste.


Dadi: Não fica assim, o importante é que você já se arrependeu do que fez e essa moça vai ver que você mudou e essa magoa dela vai passar.


Claude: Não vai não!! Ela tem ódio por mim, o que eu fiz não tem perdão não, fui um idiota inconsequente, que não pensava como magoava as pessoas...


Dadi: Você era pouco mais que um menino naquela época...


Claude: Isso não justifica, Dadi.


Dadi: Eu sei, mas ficar assim se culpando não vai adiantar de nada, dá um tempo e se essa moça significa tanto assim pra você, tenho certeza que você vai arranjar um jeito de convencê-la de que você mudou.


Claude: Obrigado pela força, Dadi!!


Dadi: Oh meu filho, eu não gosto de te ver assim... Falou abraçando Claude.


Depois de ter tomado banho, Rosa estava mais calma...


Maria: Vai conversar com ela agora, antes do jantar...


Rosa: Tá bem... Falou indo pro quarto do filho.


Rosa bateu e Matheus disse...


Matheus: Pode entrar... Falou ele deitado lendo uma revistinha.


Rosa: Vamos conversar agora.


Matheus: Mãe, eu sinto muito ter mentido...


Rosa: Deixa eu falar, Matheus!


Matheus assentiu com a cabeça e ficou quieto.


Rosa: Você sabe que o que você fez, foi muito grave, não sabe?


Matheus: Sei...


Rosa: E você sabe também que tudo que a gente faz de errado tem consequências, não sabe?


Matheus: Como assim?


Rosa: Você fez algo irresponsável, podia ter acontecido alguma coisa de ruim com você...


Matheus: Mas não aconteceu nada.


Rosa: Eu sei!! Mas mesmo assim você tem que aprender que não se pode fazer o que der na telha, estou muito magoada com você por você ter mentido pra mim.


Matheus: Desculpa!! Falou de cabeça baixa.


Rosa: Meu filho, se você não queria ir nessas aulas era só falar, eu não ia mais insistir.


Matheus: Mas eu queria te ver feliz, eu sei que a senhora queria muito.


Rosa: Tudo bem! Mas você vai ficar de castigo, nada de vídeo game, nada de computador, de agora em diante eu vou te levar pra escola e Maria vai te buscar, você só tem dez anos não pode ficar por aí andando sozinho ouviu bem?


Matheus: Eu vou poder ir ao Ibirapuera?


Rosa: Não!!


Matheus: Mas mãe, eu peço pra Maria me levar deixa?? Pediu ele.


Rosa: Não já falei você está de castigo e isso inclui ir ao parque também, portanto pode esquecendo.


Matheus: E esse castigo vai durar pra sempre?? Falou ele chorando e bravo. Ele aguentaria qualquer castigo, mas deixar de ver Claude ele não ia aguentar... Mas tão pouco podia contar a mãe que tinha feito amizade com um adulto no parque  conhecendo do jeito que ele conhece, era bem capaz de Rosa ir ao parque brigar com Claude...


Rosa: Não sei, quanto tempo vai durar, mas se me desobedecer ele só vai prolongar isso eu te garanto.


Matheus: Mas mãe??


Rosa: Chega Matheus!! Já resolvi, vamos ver se assim você aprende a nunca mais mentir pra mim. Agora vai lavar suas mãos pro jantar... Falou isso deu um beijo na testa do menino e saiu.


Matheus levantou emburrado e foi para o banheiro lavar as mãos...


Depois do jantar, Maria observava Matheus sentado no sofá triste...


Maria: D. Rosa, ele gosta tanto de ir ao parque.


Rosa: Por isso mesmo agora ele vai pensar duas vezes antes de inventar qualquer mentira.


Maria: Isso acontece, é coisa de criança.


Rosa: O Matheus tem que aprender que não pode fazer tudo o que quer a hora que bem entende, se eu deixar ele sempre fazer o que quer o que vai ser dele, hein? Deus me livre que ele se torne um homem como o pai dele, que faz o que quer com os outros sem pensar nos sentimentos das pessoas.


Maria: Meu Deus, você ainda tem tanto rancor por esse homem, esquece isso minha filha, assim você nunca vai ser feliz.


Rosa baixou a cabeça e não disse mais nada.


No dia seguinte...


Na construtora de Coutinho Rosa conversava com Janete...


Janete: Rosa que coisa hein?


Rosa: Agora me fala Janete eu posso com uma coisa dessas?


Janete: Rosa o Matheus é um menino muito esperto é por isso que ele faz esse tipo de coisa.


Rosa: Às vezes eu fico me questionando Jane acho que eu não sou uma boa mãe eu tentei, mas não consegui.


Janete: O que é isso Rosa você é uma mãe maravilhosa.


Rosa: Não Janete, se eu fosse eu teria a confiança do meu filho, ele não ia mentir pra mim.


Janete: É a idade Rosa, ele tá na fase de achar que já é homem e fazer esse tipo de coisa, ele acha que pode fazer o que quiser e ele falou mais o que sobre isso.


Rosa: Ele não falou muita coisa, só me disse que faltava as aulas pra brincar no Ibirapuera.


Janete: Meu Deus podia ter acontecido alguma coisa com esse menino.


Rosa: E você não acha que eu só penso nisso, enquanto eu tô aqui trabalhando esse menino por aí sozinho aprontando meu Deus, ele vinha tão feliz que eu pensava que era por causa das aulas.


Janete: Que coisa né, o que será que ele tanto fazia lá sozinho, a gente fica com medo porque ouve falar em cada coisa, São Paulo tá um perigo mesmo a luz do dia.


Rosa: E você acha que eu não sei disso, só de pensar o que podia ter acontecido com o meu filhinho... Rosa para de falar com vontade de chorar.


Janete: Não fica assim amiga graças a Deus não aconteceu nada, tá tudo bem agora.


Rosa: Ainda bem né, mas eu falhei como mãe Jane.


Janete: Bobagem, você é a melhor mãe que eu conheço vive fazendo todas as vontades dele, você é dedicada e ama o Matheus mais que tudo nessa vida...


Rosa triste diz a amiga...


Rosa: Eu tenho tanto medo, Jane, de não conseguir fazer do meu filho um homem com caráter, responsável...


Janete: Seu medo não tem fundamento amiga, o Matheus é um menino maravilhoso, já te falei isso aí é da idade eu já te disse essa fase não demora passa.


Rosa: Eu sinto tanta a falta dos meus pais, eu me sinto muito só às vezes Jane...


Janete: Com certeza Rosa se seus pais tivessem aqui seria maravilhoso ter com quem contar principalmente o seu pai, porque na verdade nós sabemos muito bem que esse menino precisa de uma figura masculina na vida dele.


Rosa: Essa conversa de novo, Janete?


Janete: Não adianta nada você fugir do assunto, Rosa, não vai resolver o seu problema, antes tudo bem você não sabia onde o pai dele estava, mas agora você sabe onde ele está e ele tem tanta responsabilidade com o Matheus quanto você.


Rosa: Eu já te falei que o pai do Matheus está morto...


Janete: Não está e nós duas sabemos muito bem disso...


Rosa: Pra mim está e vai continuar, eu já te disse que ele não quis saber de mim e do meu filho e essa história tá encerrada...


Janete: Rosa eu acho... Rosa a interrompe dizendo..


Rosa: Janete eu não quero falar sobre isso e para de falar nesse assunto que alguém pode escutar... Diz Rosa indo em direção a sua mesa.


Janete balança a cabeça negativamente e diz...


Janete: Você é realmente muito teimosa Rosa!!


Os dias se passaram e Rosa estava irredutível, não deixou Matheus ir ao parque...


Claude já estava desesperado, não conseguia mais se imaginar longe daquele menino...


Claude: Frazon eu tô começando a ficar preocupado.


Frazão: Claude, milhões de coisas podem ter acontecido a esse menino, ele pode ter se mudado, pode estar viajando, os pais devem ter deixado ele de castigo por alguma arte que ele tenha cometido. Relaxa francês daqui uns dias ele aparece.


Claude: Algo me diz que ele tá sofrendo que ele tá precisando de mim.


Frazão deu risada e disse...


Frazão: Francês você só pode tá maluco né ele não é nada seu, para com isso.


Claude: Você pode me achar ridículo, mas me apeguei aquele menino e agora sem ele minha vida vai ficar bem pior do que já está.


Frazão: Que exagero!! Vamos sair hoje? Falou tentando animar o amigo.


Claude: Não tô afim...


Frazão: Francês ficar assim não adianta de nada, acho que você tinha que insistir mais com a Rosa.


Claude: Você quer o que? Que eu me jogue na frente do carro dela? É bem capaz dela gostar e não perder a oportunidade de passar por cima de mim.


Frazão: Verdade!! Do jeito que ela é uma fera, ela passaria mesmo. Mas eu tô falando pra você não desistir dela, mostra pra ela que você mudou.


Claude: Se a raiva dela por mim, não passou nesses dez anos, não vai ser agora que vai passar né.


Frazão: Eu vou te ajudar amigão.


Claude: Como?


Frazão: Falando bem de você quando ela estiver perto.


Claude: Obrigado! Disse ele desanimado... Agora não quero pensar nisso, tô vendo um jeito de procurar saber onde se meteu o Matheus.


Os dias foram passando e Claude sempre voltava ao Ibirapuera, na esperança de encontrar Matheus, ele não entendia o desaparecimento do menino a cada dia que Claude esperava e Matheus não aparecia ele se sentia tão mal como se não encontrasse um pedaço dele mesmo...


Claude: Mon Die eu non devia ter me apegado tanto assim a esse menino, agora eu fico aqui sofrendo com a ausência dele... Diz isso consigo mesmo e se levanta pra ir embora.


Quando ele ta caminhando em direção ao carro ele vê o casal que Matheus lhe mostrou no primeiro dia como sendo os seus pais, Claude decide ir falar com eles e perguntar pelo menino.


Claude: Boa tarde... Diz Claude educadamente.


Homem: Boa tarde, mas se o senhor quer vender alguma coisa não queremos comprar não.


Claude: Non eu non sou vendedor non, eu vi vocês outro dia aqui mesmo no parque e eu queria só saber notícias do Matheus.


Homem: Matheus? Mas nós não conhecemos não Matheus? Você conhece? Perguntou o homem a sua namorada.


Mulher: Eu não me lembro de conhecer nenhum Matheus.


Claude: Mon Die, como não conhece?? Se é filho de vocês...


Homem: Está havendo algum engano esse menino deve ter feito uma traquinagem com você amigo, porque nós não tivemos aqui com nenhum Matheus...


Mulher: E nem temos filhos nenhum ainda né meu amor?


Homem: Aham, ainda não...


Claude: Mon Die ele mentiu pra mim? Diz Claude abismado.


Homem: Com certeza mentiu.


Claude: Vocês me desculpem o incomodo ham.


Mulher: Não tem nada não...


Claude vai embora ainda mais triste do que das outras vezes porque agora ele sabia que Matheus havia mentido pra ele.


Claude: Por que será que ele fez issi?? Falou Claude sozinho já dentro do seu carro... CONTINUA...  RSRSRS...

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